Faraó, Ramsés II voltou a chamar atenção entre internautas por uma curiosa história sobre ele ter um passaporte; entenda!
Éric Moreira Publicado em 27/09/2024, às 16h30
Recentemente, voltou a repercutir no Bluesky, concorrente do X, uma imagem que, por razões compreensíveis, pode levantar dúvidas a qualquer um, envolvendo uma figura importante do Antigo Egito: o faraó Ramsés II. Isso porque ela seria de um passaporte atribuído ao rei, mesmo que ele tenha vivido há mais de 3 mil anos.
A primeira vez que essa imagem surgiu na web, já despertando a atenção de todos os curiosos pelo Antigo Egito e amantes de História, foi no começo de 2020. Porém, a verdade pode não ser exatamente como você pensa. Entenda!
Em 25 de março de 2020, foi publicado um artigo intitulado "O passaporte de Ramsés II", com a imagem mencionada em destaque. No entanto, por mais que muitos imaginem que a foto em questão fosse do tal passaporte de Ramsés, descrito no artigo, no fim da publicação há um aviso que indica que a imagem é apenas uma criação artística do passaporte, e que o verdadeiro documento não está disponível publicamente.
Porém, a imagem que viralizou certamente é bem trabalhada e diverte qualquer um. Nela, há uma fotografia da múmia de Ramsés II, sinalizando seu nascimento em 1303 a.C. e com data de emissão em 3 de setembro de 1974.
Apesar de a história ser inusitada, há uma razão para a escolha da data.
Conforme repercutido pelo USA Today, em 1974, a múmia de Ramsés II precisou ser enviada em um voo do Egito até Paris, para que trabalhos de preservação e manutenção fossem realizados. A múmia apresentava deterioração em algumas partes, e precisou se "curar" de uma infecção fúngica.
Para a missão de transportar os restos mortais de Ramsés II, foi enviado um avião militar francês até o museu do Cairo, segundo um artigo da época do The New York Times.
A viagem da múmia foi documentada na época também pelo Antenne 2, no entanto, não existe menção à emissão de um passaporte, repercutiu a AFP.
Além disso, Élisabeth David, responsável por estudos documentais no Departamento de Antiguidades Egípcias do Museu do Louvre, afirmou à agência em 2020 que menção é infundada.
Já Mathieu Touzeil-Divina, professor de direito, afirmou ao veículo que a lei francesa não exige passaporte para humanos que faleceram.
"Em caso de transferências, múmias são consideradas sob a lei de propriedade clássica. O termo 'passaporte' é, portanto, falso, mas é verdade que algumas antiguidades exigem autorização para serem transferidas para fora do país”, disse ele.
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