Sacerdote e fundador da Associação Internacional de Exorcistas, Gabriele Amorth foi inspiração para o filme 'O Exorcista do Papa', com Russell Crowe
Éric Moreira Publicado em 07/11/2024, às 20h00
Nesta semana, foi disponibilizado no catálogo do Amazon Prime Video o filme 'O Exorcista do Papa', um dos trabalhos mais recentes de Russell Crowe. Dirigido por Julius Avery, o longa-metragem se baseia vagamente na história do padre italiano Gabriele Amorth, fundador da Associação Internacional de Exorcistas.
"O padre Gabriele Amorth, exorcista do Vaticano, luta contra Satanás e demônios possuidores de inocentes. Um retrato detalhado de um padre que realizou mais de 100 mil exorcismos em sua vida", descreve a sinopse do filme.
De maneira mais específica, o filme se baseou em duas obras de Amorth: 'Novos Relatos de Um Exorcista' e 'Um Exorcista Conta-nos', onde compartilha alguns dos alegados 160 mil exorcismos que realizou ao longo de 40 anos de carreira. Mas, vale destacar que a ficção domina a produção. Conheça mais sobre sua história!
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Segundo o The Guardian, Gabriele Amorth fundou, em 1990, a Associação Internacional de Exorcistas, e foi seu presidente até se aposentar, em 2000. Porém, ao contrário de muitos outros exorcistas, que evitavam a publicidade, ele a abraçou.
Porém, a verdade é que o religioso não era muito bem-visto dentro da comunidade religiosa. Ele também publicou uma série de livros, e raramente relutava em fornecer entrevistas para descrever mais sobre sua vocação.
"Segurando dois dedos nos olhos do paciente, levantamos as pálpebras", relatou certa vez a um entrevistador. "Quase sempre, em casos de presença maligna, os olhos parecem completamente brancos. Mesmo com a ajuda de ambas as mãos, mal conseguimos discernir se as pupilas estão na parte superior ou inferior do olho".
Ele também relatou ter visto vítimas levitando, ou mesmo situações impressionantes em que foram necessários quatro homens adultos para segurar uma criança de 11 anos que, segundo ele, estava possuída. Isso sem mencionar sua pequena coleção de itens, como pregos e chaves, que dizia terem sido cuspidos por seus "pacientes" nas sessões de exorcismo.
Em 'Um exorcista conta sua história', um de seus livros, ele já relatou que "os [pacientes] mais difíceis de curar são as vítimas de feitiços mais poderosos. Lembro-me de algumas pessoas que foram submetidas a um feitiço no Brasil chamado macumba. Exorcizei outros que foram afligidos por feiticeiros africanos".
Nascido em uma família de classe média de Módena, na Itália, Gabriele Amorth autou ao lado dos partisans — uma tropa irregular formada para se opor à ocupação e controle estrangeiro de uma área — durante a Segunda Guerra Mundial. Com o fim do conflito, ele se aliou ao novo movimento democrata-cristão, e só no início da década de 1950 foi ordenado como membro da ordem dos Padres Paulinos.
Seu envolvimento com o exorcismo, porém, começou em 1986, quando foi convidado pelo Cardeal Ugo Poletti a auxiliar o exorcista-chefe da diocese de Roma, que estava doente. Assim, acabou encontrando sua vocação.
Segundo o The Guardian, não é possível afirmar com certeza o número de exorcismos que Amorth realizou nos 14 anos que se seguiram. Ele se aposentou como padre em 2000, mas não deixou de realizar os 'rituais de cura'. Em 2013, Gabriele alegou ter atingido 160 mil exorcismos.
Ele dizia que muitas vezes o exorcismo era simples, bastando nada mais que uma breve oração para lidar com o caso. Ainda assim, enxergava a função como necessária, "porque acontecem coisas que a razão não consegue explicar, mas que a Bíblia, por outro lado, expõe".
Amplamente conhecido como um dos principais padres exorcistas da Itália, Gabriele Amorth foi adorado por uns, e odiado por outros, até o fim de sua vida. Ele faleceu no dia 16 de setembro de 2016, devido a complicações pulmonares, aos 91 anos, e sua história serviu como base para a criação do filme de 2023.
'O Exorcista do Papa' já está disponível no catálogo do Amazon Prime Video.
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