Até então príncipe de Gales, Charles colocou em risco a linha de sucessão ao trono, mesmo após anos de experiência na aviação
Fabio Previdelli Publicado em 24/09/2022, às 00h00 - Atualizado em 07/10/2022, às 20h00
Após a morte da rainha Elizabeth II no último dia 8, aos 96 anos de idade, o primogênito da monarca, Charles, ascendeu ao trono britânico, passando a ser chamado oficialmente de rei Charles III.
Entretanto, o sucessor da rainha mais longeva da história do Reino Unido — que ocupou o cargo mais relevante da coroa britânica por pouco mais de 70 anos — quase teve um destino trágico; o que mudaria toda a linha de sucessão real. Entenda!
Até então príncipe de Gales, Charles iniciou sua vida no mundo da aviação no começo dos anos 1970 — se tornando militar da Royal Navy entre 1971 e 1977. Porém, em 1994, após anos de experiência, o futuro rei do Reino Unido sofreu um acidente impressionante. Tudo aconteceu no dia 29 de julho.
Importante ressaltar dois pontos daquele cenário: o primeiro é que o príncipe havia se separado a poucos meses de sua esposa, a princesa Diana — embora o divórcio só tenha sido oficializado em 1996.
A segunda questão é que, naquele mesmo dia, seria transmitido o documentário ‘Charles: O Homem Particular, O Papel Público’ que falaria sobre sua vida. Apesar de um viés mais favorável ao atual monarca, a produção traria Charles assumindo que traiu Lady Di, conforme aponta a newsletter Todos a Bordo, do UOL.
Na ocasião, Charles comandava uma British Aerospace BAe-146-100, que pertencia ao governo britânico, partindo de Aberdeen, na Escócia, e que tinha como destino o aeroporto de Islay, na costa oeste do país.
Quando se aproximou da pista de pouso, por volta do meio-dia do horário local, Charles ouviu a confirmação do comandante Graham Laurie para aterrissar. Mas o cenário era de instabilidade, agravado pelos ventos fortes.
Além disso, Charles manteve a aeronave mais alto e rápido do que as condições de pouso necessárias para aquela ocasião. Como se pode imaginar, uma ventania na parte traseira fez com que o avião tocasse o solo primeiro com a parte dianteira do trem de pouso — ficando com suas rodas traseiras no ar.
Desta forma, o sistema de freio não reconheceu que aquela era uma parada e, portanto, não foi acionado corretamente; o que fez o avião continuar a percorrer a pista, só parando após atingir a grama.
O nariz da aeronave bateu contra o chão e afundou na lama. Além disso, três pneus acabaram estourando. Por sorte, nenhum dos 11 tripulantes da aeronave, contando com o então príncipe Charles, se feriram.
Após o episódio, Charles deu declarações constrangidas sobre o acontecido: “Não foi bem um acidente”, recordou a fonte. “Nós atravessamos o final da pista, infelizmente. Não é algo que recomendou”, completou.
Além do mais, o ‘deslize’ de Charles acarretou um prejuízo estimado em cerca de 1,6 milhão de dólares. Cerca de um ano depois, o relatório do acidente foi divulgado pelo Ministério de Defesa do Reino Unido, onde Charles anunciou que deixaria de pilotar.
O documento, porém, isentou o monarca de algum tipo de culpa, alegando negligência do comandante e do navegador, que não alertaram Charles corretamente sobre as condições do voo.
Eu deveria tê-lo feito arremeter e fazer outra aproximação, mas, na verdade, eu disse a ele [Charles] para pousar. Então ele fez exatamente o que foi dito para ele fazer", declarou o comandante Graham Laurie, anos mais tarde, em documentário do Channel 5, onde assumiu toda a culpa pelo episódio.
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