Aos 33 anos, Mara Wilson, que deu vida à icônica Matilda, relembra episódios traumáticos como uma jovem estrela em artigo no New York Times
Larissa Lopes, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 27/02/2021, às 10h00
O que Britney Spears e Mara Wilson — a atriz que interpretou Matilda — têm em comum? Pode parecer estranho que elas tenham uma semelhança em suas carreiras, já que uma é a “Princesa do pop” e a outra é atriz.
Contudo, um fato as une: foram sexualizadas quando crianças. Segundo o dicionário Collins, sexualização é tornar algo sexual em caráter ou tornar-se consciente da sexualidade.
Na realidade das duas artistas fora imposta uma feminilidade que não pertencia à infância ou adolescência. Isso porque fotos, atitudes, discursos e até mesmo produções audiovisuais exploraram um lado sexual inadequado.
Outro ponto enfrentado por mulheres nesta situação é a objetificação de seus corpos, em que a juventude, beleza e sensualidade são evidenciadas acima de qualquer outro elemento. Por vezes, até o trabalho é ignorado para trazer o foco à aparência.
Como repercutido pela BBC, o jornal americano The New York Times publicou recentemente um artigo escrito por Mara Wilson, que viveu Matilda no icônico filme de 1996. Nele, ela a atriz comentou o documentário recém-lançado ‘Framing Britney Spears’.
A obra mostra a trajetória de Spears — através de pessoas próximas a ela —, o inferno que ela vive desde 2008 com a tutela de seu pai, bem como o movimento #FreeBritney.
Além disso, o documentário traz à luz os ataques, sexismo e a forte pressão em que a princesa do pop está mergulhada desde o início de sua carreira. Um episódio marcante foi quando Spears era adolescente e teve que escutar de um apresentador de TV perguntas como "Você tem namorado?", ou se haveria a possibilidade de ele ser seu par.
Para Mara, de 33 anos, esses são alguns dos perigos de ter fama na infância. Ela tinha apenas nove anos quando deu vida à personagem Matilda.
No artigo de sua autoria, a artista disse que antes mesmo de completar doze anos suas fotografias já eram tratadas no Photoshop e inseridas em pornografia infantil. Para ela, a narrativa de sua vida e a de Britney se parecem, porque são sempre usadas de exemplo para descrever “caminhos sombrios” tomados por estrelas infantis.
"Muitos momentos da vida de Spears me são familiares. Nós duas tínhamos bonecas feitas com nossas imagens, amigos íntimos e namorados que compartilhavam nossos segredos e homens adultos que comentavam sobre nossos corpos”, revelou a artista.
De acordo com o Daily Dot, a atriz foi diagnosticada, aos doze anos, com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
Assim, ela escolheu se aposentar do show business. Sua decisão foi tomada com o objetivo de não seguir o mesmo caminho de outras adolescentes que, na maioria das vezes, acabavam em revistas masculinas — ou até em vídeos provocantes.
"De qualquer forma, eu já tinha sido sexualizada e odiava isso", lamentou a intérprete de Matilda.
Wilson explicou ainda que, na infância, “nunca aparecia em nada além de um vestido na altura dos joelhos”, seja em filmes, eventos ou fotos.
"Isso tudo era intencional, meus pais pensaram que eu estaria mais segura assim. Mas não funcionou. As pessoas me perguntavam 'Você tem namorado?' em entrevistas desde os 6 anos. Os repórteres me perguntavam quem eu considerava o ator mais sexy ou sobre a prisão de Hugh Grant por contratar uma prostituta”, relembrou.
Segundo ela, não houve nenhum episódio de assédio ou desrespeito em set de filmagem em que estivesse presente. Wilson aponta outro culpado: "Meu assédio sexual sempre aconteceu pelas mãos da mídia e do público".
"Era lindo quando crianças de 10 anos me enviavam cartas dizendo que estavam apaixonadas por mim. Mas não [era] quando homens de 50 anos faziam isso. Mesmo antes dos 12 anos, havia fotos minhas em sites de fetiche por pés. Todas essas vezes, eu me senti envergonhada", declarou a ex-estrela infantil.
+Saiba mais sobre Hollywood por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:
Hollywood: 131, de Charles Bukowski (1998) - https://amzn.to/2UXDWKe
Cenas de uma revolução: o nascimento da nova Hollywood, de Mark Harris (2011) - https://amzn.to/3c6gqAr
O pacto entre Hollywood e o nazismo: Como o cinema americano colaborou com a Alemanha de Hitler, de Ben Urwand (2019) - https://amzn.to/2ViwOqO
Hollywood Babylon: The Legendary Underground Classic of Hollywood's Darkest and Best Kept Secrets (Edição Inglês), de Kenneth Anger (1981) - https://amzn.to/2RurMWU
O livro do cinema, de Vários autores (2017) - https://amzn.to/2VeOS52
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp
Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W
Há 90 anos, morria o ilustre cientista Carlos Chagas
Ainda Estou Aqui: 5 coisas para saber antes de assistir ao filme
O Exorcista do Papa: O que aconteceu com o padre Gabriele Amorth?
Relação tempestuosa e vida reservada: Quem é Vivian Jenna Wilson, filha de Elon Musk
Confira 5 gladiadores que ficaram famosos no Império Romano
Anticítera: Relembre o estudo que desvendou a máquina engimática