De autoria de Paulo Rezzutti, 'Independência: a construção do Brasil (1500-1825)', novo volume da série “A história não contada”, é um livro sobre nossa identidade nacional
Redação Publicado em 24/07/2022, às 15h00
Numa narrativa que atravessa os séculos, Paulo Rezzutti lança luz sobre personagens que, para além da imagem do imperador com espada em punho, tiveram participação fundamental no caminho até a Independência do Brasil, incluindo mulheres e pessoas negras.
Neste novo volume da série “A história não contada”, muito mais do que simplesmente celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil (1822-2022), Rezzutti explica de maneira precisa o processo que culminou no Grito do Ipiranga e um pouco do que veio depois: o nascimento e a construção – ainda em curso – de uma nação.
O resultado é um panorama do Brasil que somos, e que o autor analisa e nos provoca à reflexão. Como fica claro ao longo da leitura, pensar a Independência é um exercício fundamental para entendermos o nosso presente e para projetarmos nosso futuro como brasileiros e cidadãos. Ao longo do texto, para além do imperador e do seu grito, o grande protagonista, ainda que tristemente alijado e/ou alienado, somos nós, o povo brasileiro.
Paulo Rezzutti já narrou, em dois de seus premiados best-sellers, a história não contada de d. Pedro I e d. Leopoldina, reapresentando aos leitores o casal imperial brasileiro como personagens complexas e humanas.
Entre dramas pessoais, escândalos amorosos e reviravoltas políticas, os livros trouxeram à tona, a partir de cartas e documentos inéditos, detalhes cristalinos sobre a Independência do Brasil – proclamada por d. Pedro, mas um processo no qual d. Leopoldina teve participação crucial.
Agora, a Independência deixa de ser coadjuvante − um evento dentro das biografias das personagens − para se tornar protagonista numa história diferente de tudo o que você já leu.
O livro nos leva, inicialmente, para 1943, quando diversas peças de ouro prestes a serem derretidas são identificadas como a coroa de d. Pedro I. Em seguida, o autor nos leva para 1798, testemunhando o nascimento do futuro primeiro governante do Brasil – herdeiro de uma das mais poderosas dinastias portuguesas, cuja origem remonta à união da filha de um santo com o filho ilegítimo de um rei.
E volta ainda mais alguns séculos, ao ano de 1500, para mostrar Pedro Álvares Cabral cruzando o Atlântico até uma terra que, embora fosse um novo mundo para os europeus, já era lar de mais de 2 milhões de pessoas – até então independentes.
A partir daí, entre a “descoberta” e a opressão, começam a pairar no ar as primeiras ideias de liberdade. No fim do século XVIII, jovens e intelectuais tramam a independência na malograda Inconfidência Mineira, porém, quem diria, é a transferência da corte portuguesa para o Brasil que acaba por culminar, ainda que por estradas tortuosas, no famoso Grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822.
Ao não se render à versão da história conduzida somente pelos feitos das maiorias e dos poderosos, Rezzutti insere o povo brasileiro nesta jornada. Independência: a construção do Brasil (1500-1825), novo volume da série “A história não contada”, é um livro sobre nossa identidade nacional.
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