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Evento de Tunguska

Evento de Tunguska: A mega explosão enigmática que atingiu a Sibéria

Em 1908, bola de fogo inexplicável estourou com força de 185 vezes o impacto direto de Hiroshima

Vanessa Centamori Publicado em 23/07/2020, às 16h00 - Atualizado em 10/03/2023, às 13h41

Por volta das 7h07 da manhã de 30 de junho de 1908, um homem está sentado na varanda na frente de um posto comercial em Vanavara, na Sibéria. Ele sente que é arremessado da cadeira. O calor é tão intenso que é como se o cidadão sentisse sua camiseta pegando fogo. 

Isso porque ele teve sorte. Não estava no centro, mas a 64 quilômetros do marco zero de uma explosão assustadora que tomou a área do Rio Tunguska. A situação do homem, divulgada pela NASA, nos dá uma ideia da destruição causada pelo estrondo, que rendeu interrogações por 19 anos

Ainda bem que a área central da explosão era remota. Não houve relatos oficiais de vítimas, embora outras histórias como a do indivíduo proposto aqui tenham acontecido, pelo menos a um raio aproximado de 60 quilômetros. Nessa distância, moradores até sentiram o fervor e caíram de onde estavam. 

Além disso, centenas de renas também sofreram, sendo reduzidas a carcaças carbonizadas. A causa da inquietação? Uma bola de fogo inexplicável, que estourou com força de 185 vezes o impacto direto de Hiroshima. O céu se iluminou por dias. 

Primeira investigação 

A região siberiana do rio Tunguska possui clima dramático, com verão mais curto e inverno longo e hostil. É na estação mais fria do ano, inclusive, que o local se torna um pântano lamacento e inabitável. E sobretudo, nos anos seguintes ao evento, conflitos políticos surgiam, como a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa.

Portanto, não houve quem ousasse ou quisesse se aventurar no local em busca de respostas para explicar o mistério. Mas isso mudou em 1921, quando o curador da coleção de meteoritos do museu de São Petesburgo, Leonid Kulik, liderou uma expedição na região

Naquele primeiro momento, ele foi vencido pelas condições desafiadoras e não chegou ao ponto da explosão. Mas, o cientista não desistiu: retornou em 1927. Desta vez com sucesso, encontrou oito milhões de árvores caídas na horizontal, deitadas em um padrão que apontava para o epicentro do estrondo. Só havia um problema: nenhuma cratera era vista a olho nu

A revelação 

Intrigado pelo enigma do grandioso estouro, Leonid Kulik tentou conversar com moradores, que ficaram relutantes. No entanto, conseguiu falar com alguns como o indivíduo que estava no posto comercial em Vanavara. 

E ele finalmente descobriu o porquê do estrondo nunca ter deixado rastro em uma cratera. Kulik viu que o terreno pantanoso era macio demais. Dessa maneira, os detritos foram enterrados

Ao longo do tempo, muitas teorias conspiratórias rondavam o fenômeno, sendo que, uma delas dizia que se tratava de uma bomba alienígena ou ainda uma colisão de uma nave. O pesquisador viu que realmente se tratava de uma colisão — só que foi com um meteorito de 100 toneladas e não com um ÓVNI

O pântano escondeu o resíduo meteórico — se é que restou alguma coisa, pois há chances de que o meteorito tenha sido consumido por completo com o impacto. A verdade é que a rocha espacial de cerca de 36 metros entrou na atmosfera da Sibéria e detonou o céu.

No caso fatídico, a rocha espacial caiu com velocidade extrema, de 53 mil km/h. A temperatura alcançada no impacto foi igualmente alucinante: 24 mil graus Celsius. Não é à toa que a situação infernal tenha sido sentida tão de longe.

O homem afetado a 64 quilômetros do epicentro relatou o momento em suas palavras. "O céu se partiu em dois e, acima da floresta, toda a parte norte parecia coberta de fogo... Naquele momento houve um estrondo e uma forte colisão... A colisão foi seguida por um barulho como pedras caindo do céu ou armas disparando. A terra tremeu", contou.

É de arrepiar. E pode acontecer novamente, já que se trata de um fenômeno que se repete, segundo as aproximações. Os números dizem que um evento como o de Tunguska possa ocorrer na Terra a cada 300 anos.

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Mas está tudo bem: para evitar grandes estragos, agências espaciais como a NASA e a ESA (Agência Espacial Europeia) monitoram diariamente os céus. 

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