Com um martelo em mãos, o homem golpeou sua esposa diversas vezes e, em seguida, partiu para cima da própria filha
Pamela Malva Publicado em 25/08/2020, às 20h30
Publicada no começo do século 14, A Divina Comédia, de Dante Alighieri, é uma das obras mais clássicas da literatura. Dividido em três partes, o poema já mudou a vida de muita gente que se entregou ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso do autor italiano.
Para Harold N. Perelson, no entanto, a obra com 14 mil versos foi muito mais decisiva do que ele imaginava. Presente no último dia de sua vida, A Divina Comédia foi, para muitos, um dos fatores que levou o pai de família a fazer o que fez.
Antes conhecido como um homem tranquilo, Harold, em um surto de violência, atacou suas esposa e sua filha, cometendo suicídio logo em seguida. O caso ficou conhecido O Assassinato Los Feliz e assombra a mansão onde ocorreu até hoje.
Noite de horror
O dia 7 de dezembro de 1959 começou como qualquer outro e a família Perelson, composta por cinco pessoas, manteve sua rotina normal. Naquela noite, a fim de se desconectar dos problemas de sua vida, Harold começou a ler A Divina Comédia.
Ele estava no primeiro capítulo quando decidiu tomar algumas atitudes controversas. Entre a meia-noite daquele dia e o amanhecer de 8 de dezembro, o homem simplesmente enlouqueceu e, em um acesso de raiva, atacou a própria família.
O motivo da violência, segundo as investigações, nunca ficou claro. Embora estivesse lendo a obra de Dante e lutasse contra uma intensa crise financeira, Harold não tinha outras justificativas para o crime hediondo que viria a cometer.
Gritos no escuro
Pouco depois de fechar seu exemplar do poema de Dante, Harold caminhou até suas ferramentas e pegou um martelo nas mãos. Furioso e cego por uma raiva que nunca foi explicada, ele partiu para cima da própria esposa, Lillian.
O corpo da mulher foi atingido por diversas marteladas, golpes certeiros e cheios de ódio. Ela foi espancada até a morte. Em seguida, não satisfeito com apenas um assassinato, Harold foi na direção de sua filha mais velha, Judye, de 18 anos.
A jovem, assim como sua mãe, também foi acertada por marteladas impiedosas. Mas, ao contrário da mulher, nenhum dos golpes foi fatal. Os gritos de terror, por outro lado, foram o suficiente para acordar os outros dois filhos de Harold.
Quarto silencioso
Assustados com a gritaria que vinha do lado de fora de seu quarto, os pequenos Debbie e Joel saíram das camas para conferir o que estava acontecendo. Quando chegaram no corredor, encontraram sua mãe caída no chão, ensanguentada.
Aos pés do próprio pai, Judye gritava, também coberta por um líquido vermelho. "Voltem para a cama! Isso é um pesadelo!", foi o que Harold gritou para as crianças, a fim de poupá-las do que acabara de acontecer.
Mais tarde, desesperados com o ocorrido, os três herdeiros da família Perelson fugiram de casa, para longe do pai assassino. Harold, por sua vez, largou o martelo e, naquela mesma noite, tomou um copo de veneno, tirando a própria vida.
Futuro de uma casa
A grande mansão na rua Glendower Place, número 2475, nunca mais foi a mesma. Para os vizinhos, que tiveram de conviver com os intrusos curiosos, a casa continua assombrada pelos fantasmas de Harold e Lilian Perelson.
Conhecida como a Mansão do Assassinato Los Feliz, a casa agora pertence à Rudy Enriquez, que recebeu a propriedade como herança. Assim como seu pai fazia no passado, ele usa o lugar como um armazém, mas nunca chegou a morar lá.
Em 2008, o homem concedeu uma das únicas entrevistas sobre a casa à revista Times. "Ainda vou lá com frequência", ele afirmou, na época. Em 2014, no entanto, aos 81 anos, Rudy desapareceu do radar da mídia e nunca mais falou sobre a mansão.
Fantasmas e visitas
Hoje, a Mansão do Assassinato Los Feliz é visitada por caçadores de mistérios, curiosos e entusiastas do mundo sobrenatural. Os vizinhos, inclusive, estão cansados dos góticos que vão até a propriedade para fazer piqueniques macabros.
Por dentro, a mansão continua a mesma, com um tom retrô, cheia de móveis antigos que, segundo a lenda, pertenceram à família Perelson. Em fotos tiradas por invasores, sofás, camas e mesas estão cobertos por lençóis no melhor estilo de suspense.
Localizada na famosa Los Angeles, a mansão do assassinato sequer é conhecida pelos atuais policiais da região. Restam, portanto, as molduras envelhecidas das janelas, os boatos de assombração e trágica história de uma família que foi destruída pelo surto psicótico de um leitor de Dante Alighieri.
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