Figura emblemática entre os franco-atiradores de Stalingrado, o militar aprendeu a atirar com o avô, o que rendeu a perfuração da cabeça de centenas de inimigos
Acervo/André Nogueira Publicado em 14/06/2020, às 09h00
As habilidades do jovem russo nascido Eliniski têm origem na sua criação: ele era neto de um caçador que o ensinou a manipular o rifle. Trabalhando desde criança como pastor, praticava a caça nos Montes Urais, no interior da URSS em formação.
Em 1937, Zaitsev entrou nas Forças Armadas do país, incorporando a infantaria da Marinha em Vladivostok, no extremo leste russo. Inicialmente, seu trabalho se limitou ao gabinete, mas suas habilidades renderam espaço no esforço bélico com o início da Segunda Guerra Mundial.
Como atirador de elite treinado, foi enviado para Stalingrado depois que a extensa campanha de guerra destruiu a cidade, em 1942, integrando a 284ª Divisão de Fuzileiros. Sob comando de Vassili Chuikov, atuou contra o 6º Exército Alemão, e matou dezenas de nazistas com tiros que perfuravam capacetes, chegando ao status de herói nacional.
Sua arma favorita era o fuzil Mosin-Nagant, com calibre de 7,62 mm. Com esse armamento, ele foi responsável por 225 das mais de mil mortes por sniper que a URSS empreendeu durante a campanha contra Hitler até Stalingrado. Em seguida, o franco-atirador ainda participou de outras campanhas, chegando a um total de 468 mortes de inimigos.
“Ao atingir 100 mortes, tornou-se o foco da propaganda soviética como o expoente máximo da resistência”, relata o especialista Thomas Bruner.
Porém, a participação de Zaitsev na guerra acabou quando, num ataque aéreo de morteiros, estilhaços o cegaram, impedindo a continuidade no cargo. Diante do fato, retornou a Moscou, de onde foi encaminhado para treinar outros franco-atiradores mais jovens do Exército Vermelho. Com o fim da Segunda Guerra, deixou a Marinha e voltou a trabalhar numa fábrica na Ucrânia.
Segundo as memórias que escreveu depois da guerra, onde focou Stalingrado, Vassili “matava quatro ou cinco alemães todos os dias”, sempre com a consciência aprendida com o pai de usar “cada bala com consciência”.
Segundo sua lógica, atacar oficiais menores da Alemanha tinha pouco efeito: “são só tenentes. Se desperdiçamos balas com peixes pequenos, os grandes nunca vão pôr a cabeça para fora.”
O duelo entre ele e um major de nome König foi até retratado no filme Círculo de Fogo. Só não há registros do atirador alemão. O herói russo disse ter enfrentado experientíssimo, cuja posição só foi traída por um rápido brilho da luz do Sol na luneta de seu rifle. Zaitsev aproveitou e disparou em cheio a cabeça do inimigo. Virou lenda.
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