Do cerco nazista ao Leningrado: a menina de 16 anos sobreviveu a um dos mais terríveis episódios da Segunda Guerra
Caio Tortamano Publicado em 04/09/2020, às 10h30
Com o passar do tempo, é possível reparar que histórias parecidas com a de Anne Frank não são raras. Muitas foram as crianças que, para aliviar o sofrimento da guerra, usaram a literatura como refúgio.
Lena Mukhina foi uma garota russa que começou a escrever seu diário em maio de 1941, quando tinha apenas 16 anos. O relato descreve como a menina sobreviveu aos 900 dias de cerco alemão em Leningrado, e teve que assistir a sua mãe morrer lentamente de fome.
Por mais que o relato dela conte com passagens fortes e marcantes — como seus familiares terem se obrigado a cozinhar o próprio gato de estimação para sobreviver —existe também passagens mais amenas que contemplam medos e esperanças de uma menina comum, como menções ao menino que ela gostava ou reclamações sobre notas ruins na escola.
Seu diário foi descoberto nos arquivos de estados russos, e foi publicado em São Petersburgo (antiga Leningrado). O relato foi dado aos soviéticos em 1962 por um doador misterioso, pouco depois da Segunda Guerra.
O responsável pelo achado, o autor Sergey Yarov, se impressionou com a força dos relatos da garota, e que as passagens o lembraram muito as escritas por Anne Frank. “Os dois diários são sobre como sofreram repressões, mas também sobre como elas se desenvolveram como garotas” afirma o autor. Ao final de seu diário, a russa está claramente abatida e não enxerga mais sentido em continuar insistindo por sua vida.
Com os alimentos cada vez mais escassos, ela chega a parar de sentir fome por justamente "não estar sentindo mais nada", como ela explica na passagem.
Pesquisadores acreditavam que a garota teria morrido no dia 25 de maio de 1942, durante o cerco nazista em Leningrado. A data é a mesma de quando o diário acaba abruptamente, e a sua morte foi relacionada a isso.
Porém, os editores do livro foram atrás dos parentes de Mukhina e descobriram que ela sobreviveu ao cerco e morreu sozinha em Moscou, no ano de 1991. Sem ter constituído família, o período descrito no diário afetou sua vida, e ela nem sequer mencionava os relatos para os parentes.
Entretanto, em certa passagem do diário, Lena pede para que ele seja entregue aos seus familiares caso ela morra. Seu pedido foi realizado apenas 70 anos depois dela ter escrito suas memórias, e suas sobrinhas se emocionaram ao ler os relatos da tia.
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