Com décadas de ficha limpa, ele entrou no Livro de Recordes ao iniciar uma série de crimes depois dos 80 anos
Wallacy Ferrari Publicado em 17/04/2023, às 19h42
Recordes mundiais chamam atenção por diversos motivos, sejam eles qualitativos ou quantitativos; fazer algo que poucos conseguem ou até feitos inéditos surpreendem positivamente em meio a usualidade proporcionada pelo cotidiano, estampando manchetes de veículos de comunicação internacionalmente.
Contudo, um norte-americano figura o Guinness World Records com um feito nada positivo; J. L. Hunter Rountree tinha 91 anos ao entrar no guia de recordes no ano de 2003. A idade avançada poderia estar ligada a ser um dos homens mais velhos a realizar alguma atividade de alto desempenho ou concluir uma travessia, mas, na verdade, ele se tornava o assaltante de banco mais velho a ser condenado.
Três anos antes, quando tinha 88 anos, ele já estava em liberdade condicional por ter assaltado um banco no condado de Biloxi, no Mississippi. Contudo, decidiu novamente realizar o crime, dessa vez em Pensacola, na Flórida, sempre a mão armada. Perdendo o recurso de liberdade condicional, tornou-se o mais velho detento do sistema prisional norte-americano.
Dados os julgamentos contínuos, o crime de 1999 garantiu sua maior pena, visto que ele não foi preso no momento do crime, mas sim, capturado posteriormente pela polícia; em agosto de 2003, sua sentença foi concluída em 13 anos de prisão, ou seja; se concluída, ele sairia aos 104 anos de idade, como reportou a revista Galileu.
Quem vê a trajetória do idoso se surpreende ao descobrir que, durante grande parte de sua vida, o homem teve uma ficha limpa, longe das páginas policiais; a revista enaltece que suas práticas criminosas iniciaram aos 80 anos devido a problemas financeiros, obrigando-o a encontrar alguma outra forma de obtenção financeira.
Antes disso, Rountree trabalhou por anos com um negócio próprio direcionado a pesca e exploração marítima, cedendo guinchos de corrente de âncora. Contudo, ao se aposentar, não conseguiu acumular dinheiro suficiente para viver de maneira tranquila, além de se endividar em US$ 2 milhões para tentar investir em um negócio próprio de confecção de barcos.
Sem conseguir a correspondência financeira, acabou perdendo um estaleiro e decretando falência, sendo obrigado a retirar seus empréstimos e, de acordo com o próprio criminoso, o episódio foi suficiente para ele odiar os bancos, como relatou em entrevista ao jornal Orlando Sentinel em 2001.
Um banco [da cidade] de Corpus Christi [no Texas] com o qual fiz negócios me forçou à falência. Nunca mais gostei de bancos desde então”.
A falência não apenas culminou na perda de seus bens, mas o idoso se afundou no alcoolismo e passou a consumir drogas, tendo de lidar com a perda da esposa por um câncer de pulmão, com quem esteve do lado por 50 anos.
Três assaltos a banco são atribuídos ao estadunidense que, em 2004, foi transferido para o Centro Médico dos Estados Unidos para Prisioneiros Federais em Springfield, no Missouri, devido a piora em seu estado de saúde. Em 12 de outubro daquele ano, Rountree morreu aos 92 anos.
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