Considerado "annus horribilis" pela então rainha Elizabeth II, 1992 protagonizou uma fragilidade na realeza
Wallacy Ferrari Publicado em 06/11/2022, às 09h00 - Atualizado em 09/11/2022, às 09h19
Lançada pela plataforma de streaming Netflix, 'The Crown' retorna com uma nova temporada no catálogo. Misturando ficção e fato ao retratar a vida da rainha Elizabeth II, a quinta temporada apresenta os dramas e desafios encarados pelos membros da realeza na década de 90. Com atores inéditos para a penúltima temporada, a série retrata do incêndio no Castelo de Windsor ao desastroso divórcio entre Charles e Diana.
Apesar da soberania da família real britânica em relação à sua imagem externa, sendo conhecida mundialmente pelo luxo, requinte e poder que só uma monarquia histórica poderia adquirir com o tempo, algumas manchas em sua trajetória chamam atenção dos mais curiosos, principalmente quando relacionadas aos bastidores dos palácios e convívios da realeza.
Separações, brigas e desacordos não apenas se tornam amplamente divulgados pela imprensa mundial quando tornados públicos, saindo da privacidade da realeza britânica, mas também inspiram livros, filmes e série que mantém vivas as versões e narrativas dos confrontos que abalam a imagem dessa instituição centenária.
Muitos destes, no entanto, foram capazes de deixar a última rainha, Elizabeth II, nos nervos, embora em apenas um ano específico. 30 anos atrás, a monarca vivia o tumultuado ano de 1992, considerado por ela, em discurso de fim de ano, como o "annus horribilis", ou seja, um dos piores para sua família, justamente quando completava 40 anos de reinado.
O mais conhecido escândalo daquele ano foi a separação do príncipe Charles com Diana Spencer, cujo divórcio só seria concluído quatro anos depois. Naquele ano, no entanto, eles já não viviam mais juntos, principalmente após a revelação de que o príncipe ainda mantinha contato e realizava comentários íntimos com sua ex-namorada, Camilla Parker Bowles, alguns deles grampeados e divulgados por tabloides locais, como revelou o jornal The Mirror.
O irmão Andrew também protagonizou uma separação, com Sarah Fergurson. Nesse caso, a traição partiu da duquesa, que teve fotos de topless divulgadas em tabloides por todo o Reino Unido, chocando a população ao ser registrada tendo os dedos dos pés abocanhados pelo empresário estadunidense John Bryan, o que resultou no divórcio legal.
De forma menos tumultuada, ocorria também a separação de Anne, filha de Elizabeth II e irmã de Charles e Andrew. Na ocasião, ela concluía o divórcio com Mark Philips, capitão do Exército Britânico com quem esteve casada desde 1973. Mesmo sem polêmicas, serviu como mais um exemplo de relacionamento real indo à ruína.
Em 20 de novembro daquele ano, após atravessar diversos problemas familiares, o palácio da família acabou sendo vitimado fisicamente: justamente na data onde Philip e a rainha comemorariam o 45º aniversário de casamento, uma lâmpada acabou por induzir chamas em uma cortina, que se espalharam pelos cômodos do Castelo de Windsor por volta das 11h30 da manhã.
As chamas só foram contidas pela noite, resultando em gastos altos para a restauração, posteriormente estimada em 36 milhões de libras. Para angariar a quantia, os monarcas tiveram de abrir o Palácio de Buckingham para visitações pagas, chegando cobrar inclusive pelo acesso ao jardim ao redor do edifício, local comumente usado para piqueniques e passeios.
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