A morte de 28 crianças nos Estados Unidos apontaram para um jovem que, apesar de condenado à prisão perpétua, até hoje alega sua inocência
Alana Sousa Publicado em 09/10/2020, às 16h00
Em março de 2019, a polícia de Atlanta reabriu a investigação do notório caso de assassinatos que ocorreram na cidade entre os anos de 1979-1981. As novas tecnologias são a esperança das autoridades de finalmente resolver o triste passado da região.
Os assassinatos de Atlanta foram uma série de mortes que assombrou a capital da Geórgia, Estados Unidos. Ao todo foram 28 crianças e adolescentes negros que morreram de forma brutal — alguns por tiros, outros por estrangulamento.
As primeiras vítimas desapareceram em 1979, e apesar de diversas crianças continuarem a sumir, a policial local não aceitou de primeira a hipótese de que se tratava de casos interligados.
Os raptos ocorriam em diferentes lugares e em plena luz do dia, a maioria das vítimas estava em locais onde já estavam acostumadas a frequentar. Como no caso de Yusuf Bell, de 9 anos, que em outubro de 1979, havia ido a uma loja para uma vizinha. Uma testemunha alegou ter visto o menino entrar em um carro Chevrolet, antes de desaparecer.
Em junho de 1980, Aaron Wyche, de 10 anos, foi sequestrado nas redondezas de sua casa, perto de uma mercearia local. O menino entrando foi visto pela última vez entrando em um Chevrolet — possivelmente azul. Outras pessoas também mencionavam um veículo da mesma marca em seus depoimentos, o que, mais tarde, se tornou uma importante pista na investigação.
O caos já estava instaurado na cidade, pais não deixavam seus filhos brincarem na rua e nem frequentarem a escola. A prefeitura havia comunicado um toque de recolher, cerca de cem agentes trabalhavam, sem sucesso, na resolução dos crimes.
No ano de 1981, Nathaniel Cater, de 27 anos, foi visto por um jardineiro entrando no teatro da cidade de mãos dadas com outro homem. Horas depois, o corpo de Carter foi encontrado.
Principal suspeito: Wayne Williams
O investigador, Chet Dettlinger, observou que, apesar da diferença de idades, as vítimas se encaixavam dentro dos mesmos parâmetros geográficos. Os raptos estavam conectados à via central e as 11 principais ruas da região. Diante desse padrão, as autoridades montaram uma força de prontidão ao longo de pontes do rio Chattahoochee. Esperava-se que o assassino despejasse o corpo de alguma vítima na água, a fim de ocultar evidências.
Em maio de 1981, aconteceu a primeira chance real de capturar o serial killer. Um policial ouviu um barulho de algo caindo na água, enquanto outro avistou uma caminhonete Chevrolet branca atravessar a ponte. Agentes pararam o veículo e se deparam com um jovem negro, de 23 anos, chamado Wayne Bertram Williams.
O homem afirmou ser um fotógrafo e aspirante a músico. Disse que o carro não era seu, e sim de seus pais. Durante o breve interrogatório, Wayne afirmou que estava a caminho da casa de uma mulher para realizar um teste musical. O nome dado por ele à moça provou ser falso, o que o colocou como o principal suspeito pelo terror em Atlanta.
Uma perícia na casa e no carro de Wayne comprovou que pelos de cachorro e fibras de um tapete combinavam com resíduos achados em inúmeras vítimas. Uma testemunha ocular afirmou que o homem que andava de mão dada com Carter era, de fato, Williams.
A descoberta do corpo de Nathaniel Cater no rio, próximo ao lugar no qual a caminhonete do fotógrafo havia sido parada, foi uma prova relevante para conseguir relacioná-lo com o homicídio.
Ainda durante a investigação de Williams, provou-se que ele distribuía panfletos em bairros negros convocando jovens a fazerem teste para seu novo grupo musical, que seria a forma na qual ele conquistava a confiança das crianças e as fazia entrar em seu carro. As evidências resultaram na prisão de Wayne em 21 de junho de 1981.
O julgamento aconteceu no início do ano seguinte, depois de muitas horas o júri condenou Wayne Williams por apenas dois assassinatos, por julgar que as provas eram inadmissíveis. A sentença foi de duas prisões perpétuas. Hoje, com 61 anos, o americano ainda alega a sua inocência.
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