Sandro Barbosa durante o sequestro - Reprodução/Vídeo/Youtube
Crimes

Sequestro do ônibus 174: Relembre o caso que parou o Brasil

O crime foi inspiração para o filme Ônibus 174, lançado em 2002, que conta a história de Sandro Barbosa

Daniela Bazi Publicado em 10/06/2020, às 16h56 - Atualizado em 12/03/2024, às 17h30

No dia 12 de junho de 2000, ocorria no Rio de Janeiro um dos sequestros a mão armada que chocaria o Brasil. O ônibus que fazia a linha 174 Central-Gávea, foi rendido na região do Jardim Botânico pelo criminoso Sandro Barbosa do Nascimento, de 21 anos, que era um dos sobreviventes da Chacina da Candelária.

Enquanto estava no ponto, ele havia dado o sinal e adentrou o ônibus vestindo uma bermuda, camiseta e com o revólver calibre 38 à mostra, rendendo os passageiros presentes, repercutiu o portal de notícias UOL em 2019. Sandro pulou a catraca e se sentou perto de uma das janelas.

Vinte minutos após o coletivo ser detido, um dos passageiros conseguiu avisar para uma viatura da polícia que passava na rua, e logo o transporte foi interceptado por dois oficiais. Nesse momento, o motorista, o cobrador e alguns dos passageiros conseguiram escapar, porém, 10 acabaram permanecendo como reféns pelo criminoso, repercute o Gauchazh.

A maioria das reféns rendidas por Sandro eram mulheres / Crédito: Divulgação

 

O primeiro refém a ser liberado foi o estudante de administração William de Moura. Logo após, Janaína Neves foi rendida e forçada a escrever nas janelas com batom frases como: "Ele vai matar geral às seis horas" e "Ele tem pacto com o diabo".

Todos os acontecimentos foram transmitidos ao vivo pelas principais emissoras para todo o país. A presença da imprensa fez com que Barbosa utilizasse as câmeras para transmitir todas suas ameaças e aterrorizasse cada vez mais todos que presenciavam a cena do crime.

Pouco tempo depois, Damiana Nascimento Souza, de 40 anos, foi liberada após passar mal e ter um derrame. Ela teve sequelas após o episódio e ficou quatro anos sem conseguir falar.

“Quando tem que acontecer, acontece, porque passaram dois ônibus, vinha um 170 e o 174 atrás. O 170 vinha muito cheio, eu olhei pra ela [Geísa, outra passageira] e falei assim: Como nós vamos? Ela falou assim: vamos pegar o de trás que está vazio e aí pegamos aquele ônibus e ela estava muito feliz. O tempo todo ela sorria”, afirmou ela em entrevista ao G1, em 2015.

Toda a operação durou cerca de cinco horas, e foi finalizada após Sandro descer do ônibus utilizando a professora de 21 anos, grávida de dois meses, Geísa Firmo Gonçalves, como escudo.

Quando ambos estavam do lado de fora do veículo, um dos oficiais do Grupamento da Intervenção Tática atirou, mas acabou acertando a refém, que recebeu mais disparos do bandido e faleceu na hora.

O criminoso foi rendido e preso, sendo morto momentos depois dentro da viatura policial por asfixia. O caso inspirou o filme Ônibus 174, lançado em 2002, com a direção de José Padilha, e conta um pouco sobre a infância conturbada de Sandro.

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