Militar de grande prestígio, Osório atuou por 42 anos em defesa do Império e, em 1878, assumiu a pasta do Ministério da Guerra
M.R. Terci Publicado em 21/11/2019, às 13h00
Ao alvorecer da Guerra da Tríplice Aliança, em 1864, Manuel Luís Osório era o militar de maior prestígio no Prata, tendo atuado ininterruptamente por 42 anos em campanhas sucessivas em defesa do Império.
Tal era a tempera do herói que nas fronteiras do Rio Grande do Sul, em toda sua extensão, seu nome era conhecido e acatado, sendo tão forte o seu prestígio que sua simples assinatura era passaporte respeitado para qualquer transeunte.
Antes do findar da guerra, em 1870, recebeu o título de Marquês do Herval e, em agosto de 1871, em uma cerimônia solene em Porto Alegre, Deodoro da Fonseca entregou-lhe uma obra prima de ourivesaria, uma espada de honra, cinzelada em ouro e ornada de brilhantes, com todas as batalhas e combates que Osório participara gravadas na lâmina, custeada pelos oficiais comandados por ele durante o longo conflito.
Conta-se que em 1878, quando Osório assumiu a pasta do Ministério da Guerra, em um dos despachos coletivos no Paço, o Imperador Dom Pedro II, minado pela velhice, começou a cochilar durante a leitura da longa ata e logo adormeceu na presença de todos os ministros.
Estes entreolharam-se, numa consulta silenciosa. O que fazer diante de semelhante ocorrência? Deixar a sala? Seria uma desconsideração. Chamá-lo? Um desrespeito. O imperador, por seu turno, roncava cerimoniosamente.
Osório que sorria diante da indecisão de seus pares, caminhou até diante do trono, desafivelou o cinturão e deixou cair, estrondosamente, sua custosa espada sobre o gracioso piso de mármore do salão de conferências. O Imperador levou um susto dos diabos. Subitamente despertado, o demandou severamente:
“Acredito que o senhor não deixava cair suas armas quando estava no Paraguai, marechal”.
Ao que Osório respondeu:
“Não, majestade. Mesmo porque lá nós não cochilávamos em serviço. ”
Na guerra e na paz, o legendário Osório foi um dos personagens mais interessantes da história do Brasil. Um homem de ação, simples e honesto, que jamais hesitou em fazer uso da espada.
M.R. Terci é escritor e roteirista; criador de “Imperiais de Gran Abuelo” (2018), romance finalista no Prêmio Cubo de Ouro, que tem como cenário a Guerra Paraguai, e “Bairro da Cripta” (2019), ambientado na Belle Époque brasileira, ambos publicados pela Editora Pandorga.
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