Em agosto de 1962, a história de uma das maiores artistas do cinema acabou em um episódio enigmático e em uma saga cruel
Thiago Lincolins Publicado em 06/08/2020, às 10h24 - Atualizado em 05/08/2021, às 11h00
Em um quarto amplo em Los Angeles, na Califórnia, uma cama larga, repleta de lençóis macios, chamava atenção. Bem no centro do colchão aconchegante, Marilyn Monroe, então aos 36 anos, parecia dormir. Foi esse o cenário encontrado por Ralph Greenson.
Naquele dia, em agosto de 1962, há 60 anos, o psiquiatra da atriz foi chamado por Eunice Murray, governanta de Marilyn. Surpresa por não conseguir falar com a artista ao bater em sua porta, a mulher teria acionado o profissional, que pulou a janela do quarto.
Ao invadir os aposentos da atriz, Greenson encontrou o símbolo de Hollywood sem roupas, cercada por uma cena trágica. Junto dela na cama, inúmeros frascos de remédios chamaram atenção do psiquiatra. Depois de tomar inúmeras pílulas, a atriz estava morta, mas isso não significa que seu corpo teria a paz eterna.
Segundo as autoridades, Monroe teria sofrido uma overdose de medicamentos. Os especialistas, contudo, descartaram a possibilidade da causa da morte ter sido uma intoxicação acidental, pois os limites dos remédios eram altos demais.
O caso, então, foi tratado como suicídio. Diversas teorias da conspiração, todavia, apontam que a atriz teria sido envenenada, em decorrência de seu suposto relacionamento com o até então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy - algo nunca confirmado. Outro episódio chama atenção a respeito da morte de Monroe.
Anos antes, em 1954, Richard Poncher, um empresário que já havia trabalhado para Al Capone, e sua esposa Elsie, haviam conhecido Joe DiMaggio, ex-marido de Marilyn.
Richard não hesitou em fazer um pedido insólito: o empresário queria adquirir a cripta do casal, localizada no Westwood Village Memorial Park, em Los Angeles. E, com a papelada do divórcio praticamente assinada, DiMaggio aceitou a proposta de Poncher.
De DiMaggio, Poncher comprara a cripta acima da que pertenceria a Marylin Monroe. No ano de 1986, aos 81 anos, Richard veio a óbito. Em seus momentos finais, fez um pedido à mulher: seu corpo deveria ser enterrado de bruços.
Ele disse: ‘Se você não me colocar virado para baixo sobre Marilyn, vou assombrá-la pelo resto da minha vida'", contou Elsie em entrevista ao jornal LA Times.
Pedido atendido, seus restos estavam, de bruços, sobre os daquela que foi chamada de a mulher mais sexy de todos os tempos. Poncher nunca entrou em detalhes, mas é difícil não ver um simbolismo vulgar e abusivo.
Por pouco, o caso não foi resolvido. Ou melhor: a mesma oportunidade pertenceu a outro. Sem dinheiro para pagar a hipoteca, em 2009, Elsie anunciou o leilão do túmulo de seu marido.
"Aqui está uma oportunidade única na vida e na eternidade para passar seus dias eternos diretamente em cima de Marilyn Monroe", dizia o anúncio publicado no Ebay. "Inclusive, a pessoa que está ocupando o local agora está olhando para baixo."
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