Chul deveria ter sido sucessor de Kim Jong-il no governo, mas foi impedido pelo pai por não ter o "perfil" de um governante
André Nogueira Publicado em 05/06/2020, às 09h00
O país mais misterioso do mundo poderia, hoje em dia, ser governado por uma pessoa completamente diferente. Kim Jong-chul, meio-irmão do atual ditador da Coreia do Norte, era o primeiro na sucessão do pai quando foi retirado do governo por ser, nas palavras de Jong-il, “muito fraco e feminino”.
A incompatibilidade de Jong-chul com o governo norte-coreano já era visível quando o jovem era estudante na Escola Internacional de Berna, na Suíça, onde se apresentava como um poeta pacifista. Em um de seus textos autorais, ele escreveu: “Se eu tivesse meu mundo ideal, eu não permitiria armas e bombas atômicas nunca mais e todo mundo seria feliz: sem guerra, sem morte, sem lágrimas”.
Porém, mesmo que desde cedo a apatia política de Chul fosse perceptível, num primeiro ainda havia a possibilidade dele ser o sucessor de Kim Jong-il. Isso porque o pai imaginava que uma mudança poderia ocorrer se o filho fosse educado como ele mesmo foi: o jovem foi, então, colocado numa posição baixa no Partido dos Trabalhadores da Coreia, para que desenvolvesse brio político.
No entanto, Kim Jong-chul é o contrário de seu irmão em muitos aspectos. Ele sempre foi isolado da política e, principalmente, das câmeras. Ao mesmo tempo, é descontraído. O clássico playboy rico que, impedido de governar, decidiu passar a vida viajando e conhecendo hotéis caros enquanto acompanha turnês de seu maior ídolo, Eric Clapton.
O jovem de menos de 40 anos é conhecido entre os coreanos por ser sensível e despojado, ao contrário do irmão mais novo, também mais sisudo e político. Seu pai parecia ver que seu estilo de vida passava longe de qualquer pilar do governo de Pyongyang: era desligado demais para a política, esbanjava demais para o socialismo e era fraco para o isolamento militar exigido na geopolítica asiática.
Hoje em dia, Jong-chul é, além de poeta viajante, líder de um grupo chamado 'Ponghwajo', composto por filhos de importantes líderes asiáticos, como herdeiros da China comunista e altos funcionários da Coreia do Norte. Esta organização não possui interesses políticos, sendo apenas um local onde esses indivíduos se reúnem e fazem o que quiserem.
Ao contrário do irmão mais velho da família Kim, Jong-nam (morto em 2017), Chul não é um alvo do governo da Coreia do Norte e provavelmente não sofrerá represálias contra suas atitudes. Apenas afastado da vida pública e de Kim Jong-un, esse rapaz torna-se, cada vez mais, e intencionalmente, irrelevante para as questões mundiais.
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