A obra, construída há 102 anos, teve o propósito de democratizar a montanha; conheça sua história
Fred Linardi Publicado em 20/01/2019, às 12h00
Em 1817, uma montanhista inglesa chamada Henrietta Carstairs, de 39 anos, tornou-se a primeira pessoa a escalar o morro do Pão de Açúcar. Para comemorar, deixou uma bandeira de seus país lá no alto. Naquela época, o lugar era um desafio para poucos e corajosos alpinistas. Desde que o primeiro bondinho foi inaugurado, há 102 anos, tudo isso mudou. Hoje, qualquer pessoa pode chegar ao topo da montanha - é fácil, basta pagar o custo do ingresso. Agora, todos os dias, milhares de pessoas sobem nos veículos que cruzam o céu entre o Morro da Urca e o Pão de Açúcar.
O morro do Pão de Açúcar causava emoção desde que foi avistado pelos portugueses, no século 16. Eles o batizaram por causa da semelhança com os recipientes de barro em que o açúcar brasileiro era levado à Europa. O maciço de granito azulado foi um importante ponto de defesa marítima. Com Henrietta, ganhou um novo atrativo, mais esportivo. No século 19, algumas dezenas de pessoas subiram o Pão de Açúcar. Mas foi só em 1908 que o engenheiro Augusto Ferreira Ramos resolveu facilitar de vez o acesso ao local.
A primeira linha começou a operar em 1912. A segunda, que levava até o Pão de Açúcar, ficou pronta em 1913. Até 1972, elas comportavam 24 pessoas por passeio e faziam o trajeto em seis minutos. Uma reforma aumentou a capacidade para 75 passageiros a cada viagem e duplicou a velocidade. Só uma coisa não mudou: os alpinistas continuam procurando o local. Existem quase 300 diferentes vias de subida, e hoje os morros do Pão de Açúcar, da Urca e da Babilônia compõem o maior centro de escaladas do Brasil.
Quando escolheu a área onde fundaria a cidade do Rio de Janeiro, em 1565, Estácio de Sá levou em conta a proteção que o complexo de morros da Urca oferecia à baía de Guanabara. O tempo provaria que ele tinha razão. Durante dois séculos, os morros barraram várias tentativas de invasão - prova disso é que, em 1851, um integrante de uma grande excursão que chegou ao topo do Pão de Açúcar encontrou uma bala de artilharia, provavelmente disparada da Fortaleza de Santa Cruz, localizada do outro lado da baía de Guanabara e palco dessas lutas armadas. Desde 1572, além de Santa Cruz, o acesso marítimo à cidade é protegido pela bateria São Teodósio, localizada nos arredores do Pão de Açúcar.
Bondinho do Pão de Açúcar - Editora Andrea Jakobsson
O livro narra detalhes da construção, além de exibir pinturas que retratam o morro antes do bondinho.
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