Se você acha que o mundo todo está no início de 2020, está muito enganado
Izabel Duva Rapoport Publicado em 07/01/2020, às 14h00
A pergunta não é tão simples quanto parece. Pelo Calendário Gregoriano estamos no ano 2020 depois de Cristo. Contudo, estima-se que cerca de 40 calendários diferentes sejam usados hoje no mundo, sem contar outros tantos que se perderam ao longo da História. Por propósitos administrativos, a maioria dos países usa o Gregoriano como padrão oficial, mas, paralelamente, outros sistemas de contagem de tempo são utilizados, seja para fins religiosos, festivos, seja para unir povos dispersos pelo mundo.
No último dia 30 de setembro (no Calendário Gregoriano), por exemplo, os judeus de diversas nações comemoraram o Rosh Hashaná, o primeiro dia do ano de 5780. Enquanto os muçulmanos ortodoxos estavam completando o primeiro mês de 1441.
Alguns países só recentemente aderiram ao Calendário Gregoriano. A China, por exemplo, só adotou a folhinha em 1912. Até então, o país mais populoso do mundo seguia seu próprio calendário. Os últimos a aceitarem o padrão foram países ligados ao cristianismo ortodoxo, como Grécia, Bulgária e Romênia, que só deram o braço a torcer durante ou após a Primeira Guerra Mundial.
Antes da promulgação feita pelo papa Gregório XIII, em fevereiro de 1582, aliás, era uma bagunça: na República Romana, o ano começava quando o cônsul assumia a cadeira. E, claro, isso teve várias datas, até Júlio César promulgar o Calendário Juliano, em 45 a.C.. Então o Senado decidiu que, não importa quando o cônsul assumisse, 1º de janeiro seria o começo. Era adequado: o nome do mês vem de Janus, o deus das passagens.
Mas, com a queda do Império Romano, a coisa ficou bem desorganizada. Os padres se tornaram praticamente a única classe alfabetizada. E, como quem escreve registra o tempo, na Idade Média, datas cristãs passaram a marcar o começo do ano – variando conforme o local.
Podia ser no Natal, na Páscoa ou no Dia da Anunciação, 25 de março, que era o mais comum. Por fim, a reforma gregoriana foi feita porque o Calendário Juliano, ainda usado por alguns cristãos ortodoxos, tinha uma imprecisão de três dias a cada 400 anos – depois de tanto tempo, as estações do ano e as datas de celebração cristã estavam dessincronizadas.
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