O filho de Alexandre VI era uma figura importante em sua época. Uma teoria afirma que sua influência modificou a aparência do símbolo do cristianismo
André Nogueira Publicado em 26/12/2019, às 08h00
Apesar das diversas reconstituições, não sabemos ao certo como era o rosto de Jesus. Diante das inúmeras representações feitas na História, seria difícil considerar apropriado que o rosto de Cristo tenha sido próximo ao de César Borgia, um dos mais notórios soberanos renascentistas conhecidos pela História.
César foi uma figura única. Líder forte, ele foi a grande inspiração para O Príncipe, obra de Maquiavel. Aos 15 anos, foi nomeado bispo, e aos 18, cardeal. A felicidade dele era o fato de que seu pai, Alexandre VI, era nada mais nada menos que o papa.
Para a vida na Igreja, César tinha um primeiro empurrão fácil. E em pleno século 15, Alexandre governou diretamente as terras do centro da Itália e a capital, Roma.
Porém, César, antes de clérigo, se via como um líder militar. E, ao contrário, Alexandre VI declarou seu filho mais velho, Giovanni Borgia, capitão-geral da Igreja, para felicidade de um e raiva do outro. César, que queria uma carreira militar, viu o pai convocando o irmão como chefe das forças armadas dos Estados Pontifícios.
Em 1497, Giovanni foi encontrado flutuando morto no rio Tibre enquanto seu irmão César deixou a vida eclesiástica, herdando a posição, os títulos e os bens de Giovanni como capitão-geral — além do título de Duque de Valentinois — para selar a aliança com um grande amigo do papa, Luís XII da França.
A ideia de que a imagem moderna e Jesus tenha como inspiração básica a imagem de César Borgia é do século 19, teve origem em um argumento presente numa obra do romanista francês Alexander Dumas.
A proposta a de que a imagem original de Jesus como um não-branco (principalmente, um judeu) desagradou o Papa Borgia. Por isso, para criar uma imagem mais próxima das características europeias, Alexandre encomendou pinturas que retratassem Jesus a partir de seu filho César como referência.
Alexandre teria, supostamente, ordenado a completa destruição de todas as artes que retratavam Jesus como um homem semita. A partir dessa guerra de ícones, ele teria disseminado pela Europa a imagem de Cristo que conhecemos hoje.
As imagens de César Borgia da época possuem uma real similaridade com o rosto de Jesus moderno que conhecemos. Ao mesmo tempo, os detalhes são muito associáveis, como a famosa imagem de Borgia, em que ele olha serenamente para fora da tela, como em um momento de sublimação.
A amizade de César com o artista Leonardo da Vinci provavelmente ajudou a disseminar o Jesus Borgia na Europa. Muitas imagens de Jesus pintadas por Leonardo aparentam ter um pé de inspiração na figura de César.
Outra teoria aponta que, por um tempo, Jesus, como judeu, era representado de maneira muito mais coerente no Oriente Médio até a eclosão das Cruzadas europeias a Jerusalém, quando os europeus, em represália à imagem dos inimigos, incluiu uma guerra de representações icônicas contra o Oriente. Entretanto, essa teoria é cronologicamente incoerente, afinal, as Cruzadas começaram no século 10 enquanto ele viveu no 15.
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