Prisioneiros em Buchenwald - Wikimedia Commons
Segunda Guerra

Há 75 anos, aliados libertavam o campo de concentração de Buchenwald

O ato heroico de um dos prisioneiros revelou que os dias de horrores estavam chegando ao fim

Caio Tortamano Publicado em 11/04/2020, às 07h00

No fim da Segunda Guerra Mundial, os alemães — que já previam sua derrota — iniciaram processos para evacuar os quase 50 campos de concentração. Em Buchenwald, na Alemanha, o ato começou em 6 de abril de 1945, com os nazistas obrigando centenas de prisioneiros a marcharem junto a tropas.

Além disso, especialmente neste campo de concentração, alguns prisioneiros sabiam da vinda dos norte-americanos para liberar o local. No dia 8 de abril, já com a saída em andamento, o radioamador polonês Gwidon Damazyn — que era um prisioneiro desde 1941 — construiu um transmissor de baixa frequência e o escondeu na sala de cinema dos detentos.

Junto com o russo (também prisioneiro) Konstantin Ivanovich Leonov, os dois enviaram um código Morse com a seguinte mensagem: “Aos Aliados. Ao exército do General Patton. Aqui é do Campo de Concentração Buchenwald. SOS. Precisamos de ajuda. Querem nos evacuar. A SS (comando nazista) quer nos destruir.”

A mensagem foi repetida em diferentes línguas, e não demorou para que uma tropa respondesse: “KZ Bu. Aguentem firme. Correndo para ajudar vocês. Equipe do Terceiro Exército”. A resposta foi de tamanho impacto que é dito que Damazyn desmaiou depois da confirmação.

Prisioneiros mostrando condições de vida em Buchenwald / Crédito: Wikimedia Commons

 

Depois que a notícia foi divulgada, os detentos começaram uma rebelião e avançaram em direção ao guardas das torres de patrulha, matando os guardas remanescentes com as armas que tinham juntado desde 1942.

Ao comando do Capitão Frederic Keffer, os americanos chegaram em Buchenwald em 11 de abril de 1945, às 3h15. O horário é uma referência até hoje ao local, que em seu relógio principal marca a chegada dos libertadores.

Portão principal de Buchenwald, marcando as 3h15 / Crédito: Wikimedia Commons

 

Mais tarde, nesse mesmo dia, um outro campo menor que fazia parte do complexo Buchenwald, Langensteub, também foi liberado, com a libertação de mais de 21 mil prisioneiros, ao que o prefeito da cidade solicitou que fosse enviada comida e água para os sobreviventes.

Na manhã do dia seguinte, jornalistas foram convocados e civis das redondezas foram levados para dar uma volta pelo campo e avistarem os resquícios do horror nazista — essa experiência seria usada de garantia contra os generais alemães que negassem os crimes de guerra, já que teriam testemunhas.

Depois da liberação, o campo foi utilizado pelo serviço secreto russo como prisão e interrogatório para antigos membros nazistas e dissidentes anti-comunistas. O campo de Buchenwald operou por 8 anos, e teve 250 mil prisioneiros, dos quais 56 mil vieram a falecer.


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