Atuando como braço-direito do ditador soviético, Beria comandou o brutal massacre de Katyn e foi acusado de perseguir e violentar mulheres
Pamela Malva Publicado em 23/12/2019, às 17h52
Josef Stalin tinha poucas pessoas em quem confiava cegamente. É claro que, para planejar tudo que o comunista tinha em mente, era necessário que o confidente ficasse de bico fechado. Uma dessas pessoas, que era convidada até mesmo para cafés na residência do governante, era Lavrenti Beria.
Ex-chefe da NKVD (Comissariado do povo para assuntos internos), Beria era um dos braços-direitos de Stalin e foi um dos principais executores do Grande Expurgo — episódio no qual o ditador soviético perseguiu seus opositores políticos, entre 1934 e 1939 — apesar de apenas ter participado do acontecimento em suas fases finais.
Lavrenti também ficou conhecido por seus crimes de guerra. Foi ele quem comandou o Massacre de Katyn, entre abril e maio de 1940. Ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial, a execução em massa assassinou mais de 22 mil oficiais e intelectuais poloneses. Ele era responsável pela polícia e por serviços de espionagem.
Filho de camponeses, participou na Revolução de outubro na Geórgia e, depois da vitória, ingressou na Tcheka, a primeira das muitas polícias secretas da URSS, antecessora da KGB. Além disso, Beria foi membro do Comitê Central do Partido Comunista e recebeu, em mãos, a coordenação do projeto nuclear soviético, iniciado em 1943.
A confiança do Estado soviético em Beria acabou em 1953, quando ele foi acusado e detido por prestar "atividades criminosas contra o partido e o Estado". Antes disso, Lavrenti, junto de Kruschev, Malenkov, e Bulganin, já era suspeito de envenenar Stalin, que morreu no dia 5 de março daquele mesmo ano.
Segundo historiadores, Beria era responsável por um laboratório onde venenos eram testados e produzidos. Tais substâncias seriam usadas contra os inimigos do regime soviético. Ainda de acordo com os estudiosos, foi usando essa credencial que Beria coordenou o assassinato de Stalin.
Lavrenti Beria foi morto em 23 de dezembro de 1953. Mesmo tendo sido um homem poderoso na URSS e tendo conquistado a confiança de Stalin, ele foi condenado à pena máxima como traidor — além de acusado de perseguir e violentar mulheres — e executado pelo general Pavel Batitsky.
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