Após 40 anos de enganação, em 1953 pesquisadores descobriram que aquele fóssil de homem pré-histórico era forjado
André Nogueira Publicado em 21/11/2019, às 07h00 - Atualizado às 07h00
Em 1912, uma descoberta arqueológica deu início a uma jornada de desinformação e desonestidade, quando, em Piltdown, na Inglaterra, foi desenterrada uma ossada de um suposto antepassado da espécie humana com 500 mil anos, divulgado como um elo perdido da evolução humana.
Levado ao Museu de História Natural de Londres, esse fóssil criou uma confusão que só seria resolvida 40 anos depois, quando se provou que aquele material era montado. A falsidade do Homem de Piltdown foi a público apenas em 1953.
"No Reino Unido existiam fósseis de humanos modernos, mas nada de muito antigo", nos lembra o antropólogo Chris Stringer. No início do século 20, pouco tempo depois da publicação de A Origem das Espécies, os neandertais e a evolução humana ainda eram uma novidade científica.
Por isso, a descoberta daquele fóssil foi de um choque generalizado. Fora do acervo técnico do Museu, essa descoberta era tão valiosa que ganhou lugar de destaque até que uma equipe de cientistas analisou corretamente a veracidade do material, usando novas técnicas de datação (o que comprovou que se tratava de uma ossada moderna, de menos de 100 anos).
Na verdade, aquele misto de ossos foi uma jogada astuta para a criação de um elo perdido homeníneo. Um crânio humano recente, uma mandíbula de orangotango e fragmentos de espécies diferentes bem distribuídos enganaram os melhores biólogos da Inglaterra.
Ao mesmo tempo, “as pessoas que acreditavam neste fóssil eram muito poderosas", afirmou Stringer. "Era preciso ter muito cuidado para não contrariar estas pessoas." Até hoje, não se conhece o responsável pela fraude.
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