O episódio foi parte da estratégia do príncipe regente Dom João VI para manter seu poder e restaurar a monarquia bragantina em Portugal
André Nogueira Publicado em 16/12/2019, às 14h15
Durante a passagem da Corte Real no Rio de Janeiro, no Período Joanino, o Brasil passou pelos primeiros passos de sua independência diplomática, chegando ao status de Reino Unido com Portugal e Algarves.
Com isso, a partir de 1815, o Brasil deixou de ser um vice-reinado (ou colônia), mas ainda pertencia ao escopo da coroa portuguesa, teoricamente em pé de igualdade, como reino autônomo.
O cenário do período uniu uma mescla de motivos para as mudanças burocráticas no status oficial da colônia brasileira. O principal deles era o ambiente europeu pós-napoleônico.
Com a queda do general Corsa, o Congresso de Viena passou a obrigar que a participação dependesse exclusivamente se as monarquias tradicionais, atingidadas por Bonaparte, estivessem em sua terra natal. Portanto, enquanto o Brasil fosse uma colônia, Dom João VI seria considerado um regente desterrado.
Ou seja, a atitude do príncipe-regente foi motivada pela possibilidade de restaurar o poder da Casa de Bragança. Isso em termos geopolíticos europeus, devido à reunião ocorrida na Áustria, mas também no interior do Império Português, pois a colônia americana passava por diversos movimentos de independência suprimidos e as elites regionais clamavam por melhoria no status do Brasil desde 1789.
O Brasil era, na época, a maior colônia portuguesa. O governo de Dom João foi um dos que mais agiram no sentido de impedir a separação de seu maior elemento de sustentação econômica, numa época em que o país não era mais uma potência relevante na Europa.
O Reino Unido de Portugal e Algarves foi, no final, uma artimanha que conectou os territórios e posse e pretensão de Portugal numa logística mais sofisticada. Ele somava o atual Brasil (que não tinha o Acre na época), o Uruguai, a Guiana Francesa e os “Algarves daquém e dalém mar”, ou seja, possessões na Península Ibérica e África e regiões como o Marrocos, que haviam sido perdidas, mas que se pretendia reconquistar.
O status de Reino Unido do Brasil tornou-se uma confusão a partir de 1821, quando Dom João VI retornou a Portugal por clamor popular, restaurando a sede do governo em Lisboa. Aos pés da plena independência, em 1822, o Brasil já tinha retornado à posição jurídica de território ultramarino e o Reino Unido já tinha acabado.
+ Saiba mais sobre o Período Joanino pelas obras abaixo:
1. Dicionário do Brasil Joanino - https://amzn.to/2PPAldt
2. Dom João VI no Brasil - https://amzn.to/35vjlj2
3. D. João VI - https://amzn.to/36GBI4K
4. Versalhes Tropical - https://amzn.to/35sWPHN
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
Os impressionantes relatos do homem que viu o Titanic afundar
Titanic 2: Continuação do filme só existiu no Brasil
Bandida - A Número 1: Veja os relatos da mulher que inspirou o filme
Bandida - A Número 1: Veja a história real por trás do filme
Titanic: Veja a personagem do filme que foi crucial durante o naufrágio
'100 anos': O mistério por trás do filme que você nunca verá