Usada pelos amantes da “sofrência”, foi criação do samba e tem um sentido bastante literal
Lívia Lombardo Publicado em 07/11/2019, às 11h30
Utilizada para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza de se ter sofrido alguma decepção amorosa, a origem da expressão “ter dor-de-cotovelo” está na clássica cena de alguém sentado em um bar, com os cotovelos apoiados no balcão enquanto mexe uma bebida em um copo e chora o amor que perdeu. De tanto tempo lá naquela posição, o infeliz fica com dor no cotovelo.
A expressão, incorporada pelos dicionários de língua portuguesa, se difundiu graças ao sambista Lupicínio Rodrigues. Lupe, como era conhecido, foi um mulherengo incorrigível. Usou suas diversas desilusões amorosas como inspiração para compor.
Ele costumava classificar sua dor-de-cotovelo em três categorias, conforme a intensidade: a federal, que sempre acabava em um porre; a estadual, suportável; e a municipal, que não rendia sequer um samba. Praticamente todos os sambas de Lupe mencionavam a dor-de-cotovelo.
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