Trajando apenas um chapéu, o enigmático cavaleiro pode ter sido um deus, como explicam os arqueólogos envolvidos no estudo
Redação Publicado em 07/07/2021, às 15h06
Em 20 de maio, escavações estavam sendo realizadas no condado histórico de Northumberland, ao nordeste da Inglaterra. Em um antigo forte, voluntários estavam desenterrando um piso de lajes dentro de um edifício do século 4.
Segundo o portal Livescience, os escavadores voluntários Richie Milor e David Goldwater participavam da ação naquele dia. Os dois são convidados para escavar locais históricos ingleses há 15 anos e, dessa vez, estavam exumando o antigo pavimento.
O forte Vindolanda guardava os restos impressionantes de pisos, mas também muito mais. Os entusiastas de arqueologia foram responsáveis por uma descoberta muito importante que foi divulgada por meio de um comunicado no último dia 28 de junho.
A poucos centímetros da superfície do solo, Milor e Goldwater encontraram uma escultura peculiar, que mostrava um homem totalmente nu fora o chapéu que usava. A pedra esculpida estava entre as lajes maiores do piso antigo escavado pelos voluntários.
Arqueólogos do Vindolanda Charitable Trust, no Reino Unido, realizaram análises e medições na escultura descoberta. Eles apontaram que a pedra tem por volta de 16 centímetros de largura por 31,5 centímetros de comprimento.
O artefato, que caberia em um nicho do forte, segundo os pesquisadores, apresenta a inscrição de um homem nu que segura uma lança. Um cavalo ou um burro está representado atrás dele.
"Eu vi uma das pernas do cavalo primeiro e depois o topo pontudo do relevo", contou Goldwater na nota de divulgação da descoberta.
O fato de o homem ter sido retratado sem roupas, exceto pelo chapéu, pode significar algo extremamente notável. Marta Alberti, arqueóloga que liderou as escavações no forte em maio, explicou que é possível que ele não tenha sido um cavaleiro, mas um deus.
"A nudez do homem significa que ele provavelmente é um deus, em vez de um mero cavaleiro", afirmou a pesquisadora no comunicado. "Ele também carrega uma lança em seu braço esquerdo, um atributo comum do deus da guerra, Marte”.
Outras características importantes apontadas por Alberti podem ser observadas quando olhamos na cabeça da antiga escultura. Ela explica: “As duas características quase circulares podem ser identificadas como asas: um atributo comum de Mercúrio, deus das viagens”.
Além disso, “cavalos e burros também são frequentemente associados com Mercúrio como protetor dos viajantes”.
É a primeira vez que uma pedra esculpida desse tipo é encontrada no forte de Vindolanda e a sua localização pode revelar detalhes importantes sobre a sua produção no passado. A estatueta foi encontrada perto de um quartel de cavalaria do século 4.
Isso pode estar relacionado à maneira com que esses soldados entendiam os deuses, como Marte e Mercúrio. Alberti afirmou: “este relevo interessante pode representar algo que não apenas nunca vimos antes, mas algo que talvez nunca mais vejamos”.
"Estamos absolutamente exultantes, muito orgulhosos de fazer parte desta descoberta, na verdade foi muito emocionante. Quer você encontre algo ou não, adoramos vir a este local, desempenhando nosso pequeno papel na pesquisa que ocorre, mas descobri-lo tornou-o um dia muito especial”, ressaltou Milor.
As escavações no forte romano serão realizadas até 24 de setembro e a importante descoberta está sendo exibida na região. Mais estudos serão realizados na peça para que os pesquisadores decifrem seu objetivo.
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