A situação macabra, marcada pela gritaria e ruídos, interrompeu canção medonha de Pink Floyd para passar, ao vivo, o som de um terremoto
Wallacy Ferrari Publicado em 13/11/2022, às 09h00 - Atualizado em 06/12/2022, às 10h30
Na noite de 6 de maio de 1976, especificamente às 21h06 no horário local, a população da região histórica de Friul, no nordeste da Itália, protagonizava um macabro episódio na história dos fenômenos naturais.
Por lá, um tremor de terra chacoalhou o solo da região em um terremoto que chegou a atingir a magnitude de 6,5 na escala de Richter e 10 na escala de Mercalli, ambos classificados como escala máxima, com abalo extremo.
Com uma profundidade que chegou a 10 quilômetros, a movimentação foi capaz de acometer a Itália e chegar no território da antiga Iugoslávia, mas foi na comuna de Germona del Friuli que o centro dessa movimentação se concentrou, resultando em uma destruição quase completa dos edifícios da região.
De acordo com o jornal italiano La Stampa, o terremoto resultou na morte de 990 pessoas, mais de 3 mil feridos e impressionantes 157 mil pessoas desabrigadas, com o fenômeno reduzindo residências e edifícios a destroços.
Uma das marcas do início deste pânico, no entanto, foi registrado ao vivo por uma rádio musical da região acometida pelo fenômeno, sendo um arquivo que remete ao medo e correria nos momentos iniciais deste capítulo trágico da história italiana.
Aproveitando que a música 'Shine on You Crazy Diamond' da banda de rock progressivo Pink Floyd estava sendo executada, um ouvinte decidiu gravar a transmissão ao vivo para obter uma cópia da canção para ouvir quando quisesse.
Contudo, a canção estava na metade quando o terremoto começou. Longe dos sistemas automatizados que reproduziam as playlists digitalmente, a música era tocada por uma vitrola que reverberava no sistema de transmissão, sendo movida com o posicionamento manual dos discos pelo operador de som.
Só que a leitura de discos de vinil era feita com uma agulha, que se movia em pequenas sinuosidades para fazer com que o fonógrafo da vitrola projetasse o som do álbum. Com o abalo sísmico, no entando, foi possível ouvir um ruído de disco tremendo e, em seguida, riscando e caindo.
Restou apenas o microfone aberto no estúdio, possibilitando o ouvinte a escutar os gritos de funcionários e diversos objetos caindo. A gravação acabou sendo cedida a Ben Holtzman, da Seismic Sound Lab, que divulgou o áudio em 2019.
Ao portal To The Best of Our Knowledge, ele explicou que os primeiros arranhões sonoros representam uma onda em P, impossíveis de serem detectadas pelo ouvido humano, mas registradas em equipamentos sensíveis, como a vitrola. Em seguida, surgem as ondas em S, que resultam no estrondo capaz de angariar a gritaria do áudio.
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