Após enfrentar o campo de concentração de Ravensbrück, a francesa tornou-se a combatente mais condecorada deste período
Victória Gearini Publicado em 05/01/2021, às 18h33
Cada vez mais é comum ouvir relatos de participações femininas em conflitos internacionais. Ao longo dos séculos, as mulheres desempenharam importantes funções em guerras, mas, infelizmente, suas histórias foram apagadas ou esquecidas por outras gerações ao longo do tempo. Este foi o caso de Odette Sansom, a espiã francesa mais condecorada da Segunda Guerra Mundial.
A memorável trajetória de Odette Sansom foi descrita na obra Nome de Código Lise, de Larry Loftis. O autor descobriu a história da combatente por meio do livro História do Coronel Henri, memórias do agente secreto da Alemanha, Hugo Bleicher, que atuou contra a Resistência Francesa.
De acordo com o escritor, o soldado teria descoberto a existência de Odette enquanto investigava uma rede de espionagem na França.
Conforme apontam as documentações históricas, a espiã era mãe de três filhas e uma dona de casa acima de qualquer suspeita. No entanto, a mulher era, na verdade, uma assassina altamente treinada, conhecida pelo codinome Lise.
A combatente foi condecorada, ainda, pela Ordem do Império Britânico, pela Ordem Nacional da Legião de Honra, pela Cruz de Jorge, entre outras entidades.
A resistência
Em 1942, a espiã ingressou como mensageira da Resistência Francesa. Nesta mesma época, conheceu o capitão Peter Churchill, com quem viveu um relacionamento amoroso.
No entanto, mais tarde, foram traídos por um agente e presos por Hugo Bleicher. Enquanto o companheiro tentou driblar as investigações, a integrante do SOE (Executivo de Operações Especiais) assumiu, bravamente, ser a líder da rede.
Ao longo dos 14 brutais interrogatórios da Gestapo, Odette resistiu às torturas e enfureceu os nazistas ao não entregar nenhum de seus companheiros. Sem obter respostas, os alemães a enviaram para o campo de concentração de Ravensbrück.
Alocada numa cela insalubre, a prisioneira sofreu de desinteria e escorbuto e acabou perdendo o cabelo e os dentes. Durante três meses e oito dias, seu corpo definhou, até que sucumbiu a um estado de semi-coma, mas foi reanimada pelos médicos.
Não se sabe ao certo como Odette conseguiu sobreviver, mas segundo Larry Loftis, o sobrenome Churchill — herdado de seu companheiro — levou os nazistas a acreditarem que a espiã era parente de Winston Churchill.
No entanto, nem a francesa, nem Peter, possuíam parentesco com o primeiro-ministro da Inglaterra.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Odette separou-se de Peter Churchill e casou-se com Geoffrey Hallowes. Infelizmente, a combatente mais condecorada do Holocausto veio a falecer em 1995, aos 82 anos.
Embora a história da espiã seja pouco conhecida, em 1950, um filme sobre sua vida (chamado Odette) foi lançado na Inglaterra e nos Estados Unidos, sendo amplamente aclamado pela crítica da época, como aponta Larry Loftis.
“Questionei-me como era possível que quase ninguém tivesse conhecimento daquela mulher. Afinal, foi feito um filme sobre ela em 1950, ‘Odette’, estreado com grande aclamação em Inglaterra e nos Estados Unidos. Ao prosseguir com a pesquisa, encontrei mais um fato extraordinário: Odette era não só a mulher mais condecorada da Segunda Guerra Mundial, mas também o espião mais condecorado, fosse homem ou mulher”, escreveu o autor no prefácio de sua obra.
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