Documentário da Netflix pode solucionar mistério sobre o Assassino do Zodíaco

Nesta quarta-feira, 23 de outubro, chegou à Netflix a minissérie documental 'Aqui Quem Fala é o Zodíaco'. Em três episódios, a produção apresenta novos relatos de pessoas próximas ao principal suspeito dos crimes que chocaram os Estados Unidos na década de 1960.

Através dos depoimentos, o documentário mostra que ele confessou ser o próprio Assassino do Zodíaco, o serial killer que permanece um enigma.

Segundo sinopse da Netflix, "nesta série documental, uma família em busca de respostas divulga pistas e depoimentos reveladores sobre o principal suspeito dos assassinatos do Zodíaco".

O homem se chama Arthur Leigh Allen. Ele até foi nomeado como suspeito, mas devido à falta de provas, ele nunca foi preso; Allen morreu em 1992, e até hoje a identidade do Assassino do Zodíaco segue um mistério.

Segundo a Time, o Assassino do Zodíaco assassinou ao menos cinco pessoas entre dezembro de 1968 e outubro de 1969. Porém, o que mais chamou atenção é que ele deixou mensagens em códigos, e exigia suas publicações na primeira página dos jornais de São Francisco, caso contrário, mais pessoas seriam mortas.

Embora a identidade do serial killer siga como um mistério de décadas, o documentário 'Aqui Quem Fala é o Zodíaco', disponível na Netflix, pode sugerir que, de fato, o assassino foi um homem chamado Arthur Leigh Allen. Entenda!

Revelações

Na produção, figuras inéditas deram entrevistas: os irmãos David e Connie Seawater, filhos de Phyllis Seawater, que por algum tempo namorou Arthur Leigh Allen. Eles conviveram com o homem, um professor da região visto como um pai, que teria confessado ser o Assassino do Zodíaco.

Além dos relatos dos Seawater, o documentário apresenta novas imagens de vídeos caseiros e cartas de Allen. "[...] Não quero que o público experimente esse mal imprevisível e oculto como algo distante e impossível de entender, mas da maneira mais identificável, inocente e aterrorizante possível – como crianças. Como um grupo unido de irmãos que amavam Allen como professor e confiavam nele como membro de sua família", conta Ari Mark, co-diretor de 'Aqui Quem Fala é o Zodíaco', à Time.

Família Seawater

David, Connie e o irmão mais novo, Don Seawater, conheceram Allen ainda no início da década de 1960; na época, seu pai se encontrava numa instituição para doentes mentais. Arthur se relacionou com a mãe dos pequenos, Phyllis, e não demorou até que se tornasse uma figura presente para a família, além de ser querido pelas crianças, levando-as em atividades de lazer, como excursões e cinema.

Em junho de 1963, quando as crianças viajaram com Allen para mergulhar, coincidentemente na região em que eles estavam, foi registrado o assassinato duplo de Robert Domingos, de 18 anos, e Linda Edwards, de 17. Por mais que essas mortes nunca tenham sido realmente ligadas ao Assassino do Zodíaco, hoje os Seawater acreditam que exista uma conexão.

Conforme eles relatam no documentário, logo após chegarem à praia de Tajiguas, na Califórnia, Allen sumiu por algum tempo e deixou as crianças brincando sozinhas. Quando voltou, correndo, estava ofegante e segurando algo vermelho com as mãos. 

Em seguida, colocou rapidamente as crianças no carro e saiu do local em alta velocidade. Essa data condiz com a morte de Domingos e Edwards.

Outro episódio suspeito aconteceu alguns anos depois, em 28 de outubro de 1966, quando David Seawater estava no segundo ano do ensino médio, e sua irmã, Connie, no primeiro. Neste dia, Allen os levou até Riverside. No dia 30 de outubro, Connie encontrou David dormindo profundamente no hotel, e não conseguia acordá-lo.

Depois, saiu de carro com Arthur e, quando voltou para o local, tomou um pouco de suco e também caiu em sono profundo, sem se lembrar direito do que aconteceu; exceto por ele os levando para o carro em 31 de outubro. E, coincidência ou não, no dia anterior, uma mulher chamada Cheri Jo Bates sumiu na região, num caso que permanece sem solução.

Vale mencionar ainda que, em 1974, Allen foi preso por abuso sexual infantil, permanecendo por três anos na prisão, mais cinco anos de liberdade condicional até 1982. Nesse tempo, os assassinatos do Zodíaco também pararam, segundo a Time.

Confissão?

Apesar de todas as suspeitas, Allen nunca foi relacionado de fato aos crimes do Zodíaco. No entanto, no documentário da Netflix, Connie revela uma confissão perturbadora do suspeito.

Em 1991, ela questionou se o Arthur seria o serial killer, ao que respondeu que, se falasse a verdade, teria que matá-la. Connie sempre imaginou que era apenas uma piada, mas hoje acredita que seria uma pista.

Já David revelou que ouviu uma resposta ainda mais direta de Arthur. Em 1992, sua mãe lhe disse para entrar em contato, pois, sua saúde estava em declínio — o homem faleceria naquele mesmo ano, em 26 de agosto, aos 58 anos. 

Assim, ele relembra que, quando conversava com Allen no telefone, o homem começou a chorar, enquanto confessava que os drogou quando mais jovens, e que molestou Connie. Perplexo, David perguntou se Arthur era o Assassino do Zodíaco, e ouviu uma resposta afirmativa.

Os irmãos Seawater também contam na série que sua mãe, que morreu em abril de 2017, nunca acreditou que Allen fosse o serial killer ou mesmo um molestador de crianças.

Porém, após sua morte, foi encontrada uma caixa com cartas trocadas entre Phyllis e Allen, em que ele falava sobre o Zodíaco e até mesmo havia frases incriminadoras, como "ver uma manchete de assassinato deixaria minhas mãos suadas" e "o mais perigoso é quando quase decidi confessar".

'Aqui Quem Fala é o Zodíaco', já está disponível no catálogo da plataforma de streaming Netflix!

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