Encontrada esquartejada em Los Angeles, morte de Elizabeth Short se tornou um dos crimes mais cruéis e misteriosos dos Estados Unidos
Alana Sousa e Letícia Yazbek Publicado em 15/01/2020, às 10h00 - Atualizado às 15h31
Na manhã fria de 15 de janeiro de 1947, a dona de casa Betty Bersinger, moradora do bairro de Leimert Park, na cidade norte-americana de Los Angeles, passeava com sua filha de três anos quando notou algo branco entre as ervas daninhas em um terreno baldio.
Em um primeiro momento, ela pensou ser um manequim descartado, mas, ao se aproximar, percebeu que se tratava de um corpo humano mutilado. Rapidamente, Bersinger chamou a polícia, que chegou ao local em poucos minutos.
Os policiais encontraram o corpo nu de uma mulher que havia sido dividida ao meio. Ela estava deitada de costas, com os braços levantados acima dos ombros. Além disso, possuía fissuras e machucados por todo o corpo. A boca havia sido cortada, estendendo o sorriso de orelha a orelha.
O corpo encontrado por Bersinger pertencia à Elizabeth Short, de 23 anos. A garota, que trabalhava como garçonete e era aspirante a atriz, havia sido vista pela última vez no dia 9 de janeiro.
A investigação concluiu que Elizabeth havia sido amarrada e torturada por vários dias, morta provavelmente entre 9 e 15 de janeiro. Depois, seu corpo foi lavado e deixado no terreno baldio — os policiais defenderam essa hipótese porque não havia sangue no corpo ou no local.
Devido à brutalidade do crime, a polícia local solicitou ajuda estadual e federal para resolver o caso. Diversas fotos foram tiradas e divulgadas pela mídia, que tratou a investigação com tom de tabloide.
O nome Black Dahlia foi dado por Bevo Means, repórter do L.A. Herald Express, devido ao filme Blue Dahlia, lançado no ano anterior, que conta a trama de um assassinato misterioso.
O Herald Express recebeu centenas de denúncias e dicas anônimas, por meio de cartas e telefonemas. A grande cobertura do caso fez com que 59 pessoas confessassem o crime. Todas, no entanto, foram descartadas. As autoridades investigaram oficialmente mais de 20 suspeitos, mas nunca chegaram a uma conclusão.
A mídia sensacionalista também forçou ligações com outros casos brutais famosos, como as vítimas de Willian Hereins, o Assassino do Batom. Mas os perfis das vítimas e os locais de ação não eram compatíveis, e as relações foram descartadas.
Sem solução até os dias atuais, o assassinato de Black Dahlia (Dália Negra) se tornou um dos crimes mais famosos dos Estados Unidos. A história inspirou o filme 'The Black Dahlia' (2016), adaptação do romance de mesmo nome, de James Ellroy, sendo citada em duas temporadas da série American Horror Story.
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