Grande Muralha da China - Reprodução
China

Maravilha do mundo moderno: Fatos curiosos sobre a Grande Muralha da China

Construída durante quatro dinastias, a Muralha da China serviu para evitar invasões do Norte e proteger o comércio de rota da seda

Joseane Pereira Publicado em 30/09/2019, às 07h00

A Grande Muralha da China é, hoje, um dos locais mais visitados do mundo. Construída durante quatro dinastias e com um comprimento equivalente a seis vezes a distância entre Recife e Porto Alegre, esse conjunto de fortificações serviu para evitar as invasões de inimigos do Norte e proteger o comércio de rota da seda.

Após transformar sete reinos dispersos em um país unificado, o imperador Qin Shi Huang (259-210 a.C.) começou a unificação da muralha, que foi ampliada nas dinastias seguintes. As técnicas foram se modificando, e o muro, que a princípio era feito de barro, também foi erguido com tijolos.

Muralha da China em 1907 / Crédito: Reprodução

 

A Grande Muralha atingiu o auge no século 15 mas, a partir de 1664, quando os Manchus expandiram o território da China na direção norte, a obra acabou perdendo sua utilidade prática. Em 1677, uma ordem do imperador Kangxi (1654-1722) pôs fim à longa saga de construções e reformas de uma das mais impressionantes estruturas militares do mundo.

Confira cinco fatos curiosos sobre essa grande Muralha.

1. A Muralha que conhecemos não é tão antiga assim

As primeiras construções da Muralha remontam a 2.000 anos, logo após 221 a.C., quando a China foi unificada pela primeira vez. De fato, as partes mais antigas da construção não passam de grandes blocos de terra. A imagem que atualmente temos da Muralha deriva da seção de pedra construída pela dinastia Ming (1358–1644). Sua idade máxima é de cerca de 500 anos.

2. Diversos materiais foram utilizados

A Muralha da China foi construída por milhares de camponeses que, em troca do trabalho, eram liberados do pagamento de impostos. Segundo registros, por causa da má alimentação e do frio, até 80% dos operários morriam trabalhando. Construídas para resistir ao ataque de armas leves, como espadas e lanças, muitas das paredes eram feitas principalmente por terra batida e cascalho entre as molduras das tábuas.

A dinastia Ming (1368-1644), além de ampliar a barreira, criou tijolos resistentes, feitos de barro aquecido a 1 150 ºC. Saindo dos fornos, que ficavam a até 80 quilômetros do muro, eles eram levados em carroças. Já a argamassa era feita com barro e farinha de arroz. 

3. A Muralha não é homogênea em sua extensão

O muro não é um "isso". É um "eles", no plural. Eles estão em pedaços, e poucos se mostram como a criação vista pelos turistas. Em locais menos visitados, as seções imponentes dão lugar a menos conhecidas - desmoronando, cobertas de vegetação, com bloqueios para os caminhantes - que desaparecem em lacunas de estradas e reservatórios.

Os fragmentos de tijolo e pedra em torno de Pequim dão, mais para oeste, lugar à terra: às vezes moldados pelos elementos naturais; às vezes não mais que um banco gentil; às vezes nada. E em muitos lugares, o Muro duplica, triplica e até mesmo quadruplica sua altura, em fortalezas, quartéis e torres de vigia perseguem as linhas principais. E todas essas diferenças se sobrepõem mutuamente no tempo. 

Seção construída pela dinastia Han / Crédito: Wikimedia Commons

4. A estrutura era um sistema militar integrado

Era um sistema defensivo militar integrado, com torres de vigilância, fortalezas para postos de comando e logística, torres de baliza para comunicações, etc. As torres serviam como depósito de mantimentos, abrigo para até 50 militares e base para observação de movimentos inimigos.

A distância entre elas variava, mas seguia um critério: cada torre tinha que visualizar os sinais emitidos pela vizinha. As torres eram ligadas por passarelas de 6 metros de largura, grandes o suficiente para permitir a rápida movimentação das tropas em caso de ataques dos inimigos. A defesa contra os invasores também era feita a partir desse local privilegiado.

Seção com torres da Muralha / Crédito: Reprodução

5. Comunicação entre os soldados

Em locais intactos ou restaurados, a altura da Grande Muralha é de 5 a 8 metros, tendo sido projetada para ser pelo menos três vezes a altura de um homem. Parte do muro foi construído ao longo de cordilheiras, o que faz com que pareça mais alto.

A comunicação entre os soldados era feita com sinais de fumaça preta de esterco, e no auge do uso da muralha, o combustível mais usado era esterco misturado com palha. Na falta desse material, os soldados improvisavam com bandeiras pretas ou brancas.

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