Como o Maníaco do Parque seduzia suas vítimas?

Nesta semana, chegou no Amazon Prime Video o filme que, misturando fato e ficção, revive os crimes do serial killer brasileiro que mais chocou o país nas últimas décadas: o 'Maníaco do Parque'. Dirigido por Maurício Eça, quem dá vida ao assassino Francisco de Assis Pereira é o ator Silvero Pereira.

A produção busca mergulhar nas investigações que levaram o serial killer à prisão, e esmiuçar detalhes sobre sua psicopatia. Francisco ficou conhecido como "Maníaco do Parque", pois estima-se que ele matou 11 mulheres no fim da década de 1990 no Parque do Estado, em São Paulo, e ainda abusou de seus cadáveres.

Por isso, foi condenado a 285 anos, onze meses e dez dias de prisão, mas por conta da legislação brasileira, que não permite que um indivíduo fique mais de 30 anos preso, ele pode ser solto nos próximos anos, até 2028. Hoje, ele tem 56 anos. Entenda como era o método de seduzir as vítimas que Francisco utilizava:

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Psicopatia

Francisco trabalhava como motoboy em uma empresa de São Paulo, mas fingia ser um "caçador de talentos" de modelos para conquistar suas vítimas. Ele confessou ter matado 11 mulheres, além de ser acusado — embora ele negue — de estuprar e tentar assassinar outras nove, informa o g1.

"Todo psicopata e serial killer tem um determinado padrão de comportamento. Neste padrão de comportamento, destaca-se o tipo de vítima, normalmente sempre de uma mesma faixa etária, normalmente com o mesmo tipo de visual, e normalmente com o mesmo tipo de procedimento na hora de matar", explica o psiquiatra forense Guido Palomba no documentário 'Investigação Criminal', também disponível no Amazon Prime Video, no episódio dedicado ao Maníaco do Parque.

Isso é típico. Porque isto faz parte de um imaginário pessoal dele. Isso faz parte de uma vivência pessoal dele, ligada a algum tipo de desejo", acrescenta.

Sedução

Parte do método de Francisco baseava-se primeiro em selecionar sua vítima. E, conforme ele mesmo revelou em interrogatório, "mulher é fácil de saber quando ela tá com algum problema. Ela fica de cabecinha baixa. Eu tô no metrô e olhava, cabeça baixa e me agradava, se ela fosse bonita, eu já chegava junto. Começava a conversar", explicou o delegado Sérgio Luís Alves, envolvido na investigação do caso, também no documentário.

Em geral, sua abordagem seguia um método. Primeiro ele demonstrava simpatia e conquistava a vítima com a conversa, eventualmente ele afirmava ser de uma agência de modelos, e "prometia uma carreira promissora como modelo fotográfica. E dizia que inicialmente elas iriam fazer um trabalho junto a uma multinacional de cosméticos", explica o delegado.

Então, prometendo fazer um ensaio fotográfico, Francisco dizia às mulheres para o acompanharem até o Parque do Estado, onde ele demonstrava sua verdadeira faceta.

Lá, ele passava a agredi-las brutalmente, levando-as até uma área que frequentava, mostrando os restos de outros cadáveres e ameaçando fazer o mesmo com elas, caso "não fossem boazinhas", explicou Sérgio Luís Alves.

As agressões culminavam no derradeiro momento em que, dependendo do caso, ele poderia deixar a mulher escapar com vida ou executar ali mesmo.

Após matá-las, revelou nos interrogatórios, ele abusava dos cadáveres, e passava horas com o corpo despido; voltava até mesmo no dia seguinte, e só abandonava o cadáver quando começasse a entrar em decomposição.

+ As revelações feitas pela mãe do Maníaco do Parque;

Captura

Após longos dias de investigação em torno do caso, o Maníaco do Parque foi capturado ainda em 1998, quando reconhecido por autoridades no Rio Grande do Sul. Hoje, ele segue preso, e é um dos assassinos em série mais conhecidos do Brasil.

A série documental 'Investigação Criminal' pode ser assistida na plataforma do Amazon Prime Video, e já conta com 10 temporadas; o episódio sobre o Maníaco do Parque pode ser conferido na primeira temporada.