Materiais encontrados no sepultamento do imperador Qin Shi Huang podem explicar como as obras duraram 2 mil anos
André Nogueira Publicado em 24/09/2019, às 09h00
Encontrado em 1974 na província de Xianxim, o Exército de Xian, ou Exército de Terracota chinês, é considerado uma das maiores descobertas arqueológicas da história. Entre outras coisas, os artefatos possibilitaram um maior entendimento sobre as rotas de migração do período.
O Exército de Terracota se manteve esquecido por quase 2 mil anos e, mesmo assim, suas estátuas estão absurdamente preservadas e com o posicionamento em fileiras igualmente conservadas. Mas como?
A base para essa resposta é compreender como uma civilização tão antiga quanto à China foi apta a criar condições de sobrevivência de diversos itens, como o Exército em questão, por tanto tempo debaixo da terra.
O Exército de Terracota é um caso de artefato funerário, enterrado com o primeiro imperador chinês, Qin Shi Huang, por volta de 209 a.C., e cada um de seus soldados possuía uma arma. Desenterrado séculos depois, sua conservação intrigou os cientistas.
O debate só pôde vir à luz recentemente, com informações ainda desconhecidas. Antes, se apontava que o solo seria responsável pela conservação. Porém, a nova informação é: o revestimento feito nos objetos é o que leva o crédito.
Evidências de pesquisadores do Reino Unido apontam que as armas de bronze eram revestidas de cromo, o que é, provavelmente, de maior importância por conta do alto pH do solo. "Claramente, a laca é a fonte não intencional de cromo nos bronzes", explicou Marcos Martinon-Torres, da Universidade de Cambridge.
“Quantas informações importantes podem ser recuperadas através da evidência de materiais naturais (amostras de solo) e de receitas artificiais complexas encontradas em todo o complexo do museu - bronze, argila, madeira, laca e pigmentos, para citar apenas alguns. Esses materiais fornecem histórias complementares em um conto maior sobre estratégias de produção artesanal no início do primeiro império da China ”, continuou Andrew Bevin, da University College London, em concordância com Martinon-Torres.
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