Adquirida pelo Museu Imperial de Petrópolis em 2006, a pena é uma das peças mais importantes do acervo
Redação Publicado em 17/07/2022, às 15h00
Uma pena feita de ouro a qual se encontra hoje no Museu Imperial de Petrópolis é uma peça importante que ajuda a contar um dos mais notórios episódios da história brasileira: a abolição da escravatura. Afinal, foi com ela que a princesa Isabel, então regente do Brasil, assinou a Lei Áurea.
Adornado com 27 diamantes e 25 pedras vermelhas, o objeto que foi fabricado especialmente para a filha de D. Pedro II, pesa apenas 13 gramas, conforme informações do portal G1.
De acordo com a fonte, a pena foi adquirida pela instituição no ano 2006 e custou, na época, R$ 500 mil ao Ministério da Cultura. Segundo o Museu, ela foi comprada de Dom Pedro Carlos de Orleans e Bragança, um dos bisnetos da princesa.
Hoje, além de poder ser vista pelo público durante visitações, a peça histórica também faz parte do acervo digitalizado disponível na internet.
Para o historiador Joaquim Eloy a pena usada por Isabel é um dos bens mais preciosos do acervo entre aqueles que datam do período do Segundo Reinado.
Ele também destacou, em entrevista ao portal de notícias, o fato da princesa e seu pai estarem sepultados na Catedral São Pedro de Alcântara, localizada na mesma cidade.
Apesar de sua importância, a assinatura da Lei Áurea, conforme aponta Eloy, significou o fim da escravidão apenas do ponto de vista legal, uma vez que não houve qualquer tentativa de inserção dos libertos na sociedade.
A medida, que já era esperada pelo povo brasileiro e que irreversível do ponto de vista político na época, foi realizada por Isabel porque seu pai, o imperador, se encontrava em meio a uma viagem na Europa.
"Ela cumpriu uma obrigação e chegou a libertar os escravos da Casa Imperial, mas eles não foram incluídos na sociedade, não houve essa integração porque o Brasil não estava preparado para isso", disse o historiador, que aponta que o 13 de maio deve ser uma data para refletir acerca do que já foi alcançado e o que ainda precisa ser conquistado em nossa sociedade.
"Até hoje não houve uma integração total de negros, indígenas... É sobre isso que precisamos refletir hoje e sempre", defende Joaquim Eloy.
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