Apesar de toda fama e riqueza, a vida da debutante foi marcada por problemas alimentares e tentativas de suicídio
Paola Churchill Publicado em 02/05/2020, às 09h00
Nas mesmas proporções que eram ricos, os pais de Brenda Frazier eram problemáticos. Movidos pelo álcool, Brenda Germaine Henshaw Williams-Taylor e Frank Duff Frazier viviam em pé de guerra em uma mansão no Quebec, Canadá, e deixavam a filha de lado.
Com o descaso que sofria, Brenda passou a comer sem parar; aos os 13 anos, era considerada uma garota gordinha. A matriarca da família foi cruel nessa época: afirmava que não queria uma filha acima do peso e fez uma tremenda pressão psicológica para que ela emagrecesse.
Não demorou muito para que a jovem desenvolvesse um sério transtorno alimentar. Toda vez que terminava alguma refeição, ela pedia licença a todos presentes na mesa, e corria até o banheiro, onde forçava o vômito.
Depois que emagreceu, Frazier teve a bênção de sua mãe para debutar na alta sociedade cafeeira; assim, toda a imprensa voltou os olhos para a garota que era belíssima. Sua pele, pálida, contrastava com os carnudos lábios e cabelos negros sempre estavam impecáveis.
Pobre menina rica
Os leitores dos jornais ansiavam pelos bastidores da socialite, que junto de Gloria Vanderbilt, Doris Duke e Barbara Hutton, eram fotografadas e tinham suas vidas expostas. Os veículos de comunicação as chamavam de “Glamour Girls”.
A número um das glamorosas garotas, era Brenda. Ela fazia todas as propagandas possíveis. Estrelou sua própria revista em quadrinhos, tinha um perfume em sua homenagem, era garota propaganda de uma famosa loja de departamentos e em novembro de 1938, apareceu na capa da revista Life, garantindo sua fama internacional.
Mas por trás de toda fama, sucesso e beleza, a jovem não gostava tanto da atenção que recebia, chegando ao ponto de acreditar que tinha se tornado uma atração e toda sua vida havia sido roubada. Simultaneamente, seus distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia, só pioravam. Isso porque ela sentia que precisava se manter magra até os dias finais.
Em 27 de dezembro de 1938, Frazier deu sua esperada festa de debutante, no Ritz-Carlton, em Nova York. A jovem estava gripada e indisposta, mesmo assim, o evento foi um sucesso e nas primeiras páginas do jornal no dia seguinte, a debutante era chamada de “A Estreante do Século”.
Anos depois, a mulher admitiu que nunca foi feliz na época. Afirmou que existiam momentos que apreciou a atenção que recebeu, mas que nunca se sentiu amada, nem pelos supostos amigos nem pelos próprios pais, que somente a consideravam um troféu.
Na vida amorosa, Brenda também não teve muita sorte, por mais que tentasse e estivesse em busca de um grande amor. Em 1941, conheceu a estrela do futebol da época, Shipwreck Kelly. Bonito e charmoso, o casal era o queridinho da América.
Eles se casaram no mesmo ano, no gigantesco apartamento da mãe da garota em Nova York. Em 1945, ela deu à luz a uma linda menina, Brenda Victoria Kelly, sua única filha. O casamento de Frazier com Kelly não durou muito, o casal discordava muito e em 1956, ela pediu o divórcio.
A famosa ainda teve alguns outros relacionamentos conturbados e abusivos, incluindo os cartunistas Peter Arno e Howard Hughes. Mas, cansada de todas as desilusões, Brenda estava decidida que queria mesmo focar em ser mãe e dar tudo de melhor para sua pequena. Então, as duas se mudaram para uma pequena cidade perto de Cape Cod, por um tempo.
Sua filha, Brenda Victoria Kelly, contou na biografia na mãe: Debutante: a História de Brenda Frazier, que a mulher odiava a fama que tinha "Não sou uma celebridade. Não mereço tudo isso. Não fiz nada. Não fiz nada. Sou apenas uma debutante” afirmava para Victoria.
Deprimida, em 16 de março de 1961, Frazier tentou suicídio após uma overdose de medicamentos para dormir. Felizmente, foi encontrada a tempo e sobreviveu, mas aquela seria a primeira de mais de 30 tentativas com o objetivo de tirar a própria vida.
Nos últimos anos de vida, a socialite se retirou da vida pública e se exilou em sua casa em Beacon Hill. Tornou-se viciada em remédios e álcool, e sempre era internada em decorrência a problemas de saúde que foram causados por problemas alimentares.
Em 3 de maio de 1982, a mulher morreu após um câncer. Gioia Diliberto, autora da biografia da mulher encerra o livro dizendo "Ela não teve chance, não havia como ela ser feliz. Sua vida basicamente acabou antes de começar."
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