Nesta quarta-feira, 26, imagens que mostram uma tentativa de golpe na Bolívia chamaram atenção ao redor do mundo
Thiago Lincolins Publicado em 26/06/2024, às 18h53
Nas últimas horas, as redes sociais foram tomadas por registros que mostram tropas e tanques invadindo a sede da presidência da Bolívia, localizada em La Paz, Praça Murillo.
Através das redes sociais, Luis Arce, presidente, classificou as movimentações como 'irregulares'. Já Evo Morales, ex-presidente, denunciou que se tratava de um golpe de estado.
Um dos registros virais, inclusive, mostra um blindado tentando derrubar a porta do Palácio Presidencial e membros do exército no local. A medida que mais informações são apuradas, um nome chama atenção: Juan José Zúñiga.
Ele, que atuou como Comandante Geral do Exército da Bolívia, foi demitido nesta semana, informou o El Deber, jornal do país. Com a movimentação registrada nesta quarta-feira, disse que ainda reconhece Arce como chefe das Forças Armadas, contudo, anunciou mudanças.
Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância. Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito", afirmou Zúñiga.
É um nome que sempre esteve envolvido em controvérsias. Durante seu tempo como Chefe do Estado-Maior, Evo Morales alegou que ele foi uma das pessoas envolvidas num plano que visava a perseguição de políticos.
Além disso, também já fora alvo de uma acusação de envolvimento em corrupção. 2,7 milhões de bolivianos, reservados para programais sociais, foram desviados, resultando numa prisão de sete dias para Zúñiga.
Na última segunda-feira, inclusive, o militar causou polêmica ao afirmar, em entrevista, que Evo Morales não poderia ser presidente. Ele também disse que não deixaria que "a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo".
Morales se manifestou sobre as falas do militar através do X.
"O tipo de ameaças feitas pelo Comandante Geral do Exército, Juan José Zúñiga, nunca ocorreu em democracia. Se não forem desmentidos pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, Ministro da Defesa, Presidente e Capitão General das Forças Armadas, ficará provado que o que estão realmente a organizar é um autogolpe", publicou Evo.
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