Putin (à esq.) e Volodymyr Zelensky (à dir.) - Getty Images
Ucrânia

Ataque russo à Ucrânia: O xadrez geopolítico internacional

Na última quinta-feira, 24, Vladimir Putin iniciou o que chamou de 'missão militar especial' da Rússia na Ucrânia

Tuca Alarcon* Publicado em 25/02/2022, às 16h11

A Rússia protagoniza, mais uma vez, um momento histórico marcado por crises diplomáticas e econômicas com o mundo ocidental, em especial, com os EUA.

Infelizmente, este momento - já conhecido como Guerra Fria parte II - tem desfechos dramáticos com a morte de soldados e civis no território da Ucrânia, país do Sudeste da Europa.

A ofensiva militar russa que se infiltra pelo leste da Ucrânia é o resultado de uma postura expansionista adotada pela administração de Vladimir Putin, presidente da Rússia desde 1999, numa tentativa de não permitir a expansão da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em países vizinhos já que, recentemente, a Ucrânia foi convidada para integrar este bloco.

Outro grande motivo, seria o fato da queda do presidente ucraniano pró-Rússia em 2014 e das novas posturas políticas adotadas pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (ex-comediante) de aproximação política e econômica com os países da União Europeia e, também, com os EUA.

A imprevisibilidade da postura do presidente russo e de suas ações como chefe de Estado trouxe um ambiente de muita instabilidade internacional. A OTAN tentou, por meio de várias reuniões, uma linha de negociação com a Rússia que, até a semana passada, aparentemente, estava sob controle. Entretanto, a ilusória calmaria deixa de existir quando as ações militares russas marcham seguindo um ideal político maior.

Em uma de suas últimas entrevistas, Vladimir Putin declara que: “Os eventos de hoje estão ligados não ao desejo de violar os interesses da Ucrânia e do povo ucraniano. Eles estão ligados aos interesses da própria Rússia em relação àqueles que fizeram a Ucrânia refém e tentam usá-la contra nosso país e seu povo. Repito, nossas ações correspondem à autodefesa de ameaças que criam para nós e de um desastre maior do que estamos vendo atualmente”. 

Enfim, temos uma ação que sugere um contra golpe contra as principais potências capitalistas do mundo ocidental e a tentativa da Rússia de se tornar, novamente, numa alusão à antiga URSS, um dos países mais importantes do mundo.

É importante salientar que, nestes últimos anos da Nova Ordem Internacional, a ascensão de potências orientais marcam um recomeço de disputas econômicas, crises diplomáticas/políticas e ideológicas pelo mundo.

A instabilidade geopolítica permanecerá com muitos novos eventos e, muito provavelmente, os países que não estão envolvidos diretamente com este conflito padecerão, a começar pela exponencial alta do preço do barril de petróleo e, também, pelo lado que escolherem numa relação diplomática internacional. 

Se por uma vertente temos a OTAN, liderada pelos EUA, se preparando para algum tipo de ofensiva em território ucraniano, pela outra tem a Rússia com a OTSC (Organização do Tratado de Segurança Coletiva) com a ajuda da Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, além da atual declaração política de apoio proveniente de Cuba e da Venezuela.


*Tuca Alarcon é docente de Geografia no Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo (SP). 

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