Nas palavras de Minns, o relacionamento começou enquanto Mercury ainda estava com Mary Austin
Paola Churchill Publicado em 16/04/2020, às 18h38
Freddie Mercury era extravagante. Além de ser conhecido por seu talento nato como vocalista da banda Queen, ele não escondia de ninguém que amava a vida de famoso. Como forma de provar sua fama e status, dava festas tão grandes que até Jay Gatsby, ficaria com inveja.
Os eventos eram luxusos: as bebidas eram as mais caras, os alimentos mais apetitosos e um alto escalão de celebridades como convidados. E, como sempre, a grande atração era o astro de rock, com seu jeito único e roupas extravagantes.
Muito reservado sobre sua vida pessoal, poucos sabiam sobre sua bissexualidade e segundo a sua própria irmã, Kashimira Bulsara, o astro não contou esse fato nem para sua família.
No entanto, um homem mudou isso na vida do cantor: o executivo da Elektra Records, David Minns. Durante uma dessas festas, os dois trocaram olhares. Poderia não ter ido além disso, um flerte durante a badalação noturna, mas David se tornaria um dos grandes amores da vida do vocalista do Queen.
Amor da minha vida
Segundo a biografia de Minns, “This is Was The real Life”, o relacionamento começou enquanto o astro do rock ainda morava com sua primeira namorada, Mary Austin, em Holland Park.
Eles se conheciam de vista nas festas, Minns dizia que o cantor adorava ser uma estrela, que não queria nada diferente disso. Quando Bohemian Rhapsody, um dos maiores clássicos da banda, foi lançado, ele conseguiu chegar ao patamar que queria.
“Eu o conheci melhor em 1975, quando, depois de três álbuns, o nome do Queen já era conhecido no exterior. Freddie era conhecido, mas ainda não era famoso. Depois do Bohemian Rhapsody, eu o vi se transformar em uma celebridade; eu o vi alcançar suas ambições. Ele mesmo disse em vídeo que ele não sabia cozinhar e que ele seria uma dona de casa inútil, então Freddie decidiu que em seu trabalho seria ser uma estrela”, escreve em sua biografia.
Foi só durante a turnê americana do Queen que eles se aproximaram realmente e começaram um caso. Assim que voltou para Londres, Freddie contou a Mary sobre a sua bissexualidade e naquele momento, a jovem imaingou que ele estava a traindo.
Inclusive, no documentário póstumo sobre a vida do cantor, a ex-namorada lembra com precisão desse dia: “Nunca vou esquecer esse momento. Sendo um pouco ingênua, levei um tempo para perceber a verdade. Depois disso, ele se sentiu bem por finalmente ter me dito que era bissexual. Embora eu me lembre de lhe ter dito na época: ‘Não Freddie, eu não acho que você é bissexual. Eu acho que você é gay".
Assim que o casal terminou, a estrela do rock, então livre, convidou o novo namorado para morar com ele. Os dois se tornaram inseparáveis e eram vistos em todas as festas trocando carícias e abraçados. Freddie era muito romântico, durante o tempo que passava nas turnês escrevia cartões postais ao seu amado, mensagens nas quais o chamava de “meu querido e precioso querubim”.
“Meu querido e precioso querubim, o menininho me lembra muito de você. Eu tive que mandar para você ver... Eu não posso te dizer o quanto eu sinto sua falta - eu às vezes tenho um ataque e começo a arrancar meu cabelo... Espero que todos os seus planos com o negócio estejam indo bem... De qualquer forma, não demorará muito até eu ver meu querubim novamente. Sinto sua falta e amo você. Freddie” escreveu o vocalista em uma dessas cartas.
Você quebrou meu coração
Apesar de ser o primeiro romance gay de Mercury, em 1977, o caso teve um fim quando Freddie,durante uma de suas apresentações na América do Norte, se envolveu com o chef de cozinha, Joe Fanelli, que mais tarde se tornaria seu companheiro e cozinheiro particular na mansão Garden Lodge.
Desiludido, David não queria mais saber de seu primeiro amor, que foi embora e o deixou de coração partido. Só falou de seu relacionamento com o cantor, anos depois de terem terminado, quando lançou sua biografia em 1998.
Freddie Mercury morreu em 24 de dezembro de 1991, após uma broncopneumonia causada pela AIDS. Seu primeiro amor, David, nunca contraiu HIV, e morreu por conta de um ataque cardíaco em 11 de maio de 2007.
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