O jovem cresceu vendo os país sendo guilhotinados e sofria com o tratamento de choque recebido durante a Revolução Francesa
Wallacy Ferrari Publicado em 07/07/2020, às 07h16
Nascido em 27 de março de 1785 no Palácio de Versalhes, o terceiro filho de Luís XVI com Maria Antonieta tinha tudo para viver uma vida próspera com os privilégios da monarquia francesa. Ao nascer, recebeu de imediato o título de Duque da Normandia e Sua Alteza Real, sendo batizado por Honoré Nicolas Brocquevielle, pároco da Igreja de Notre Dame.
Apesar das honrarias, a gestação da mãe já era rodeada de mistérios; rumores apontavam o melhor amigo de Maria Antonieta, o aristocrata sueco Hans Axel von Fersen, como real pai da criança, chegando a gerar desconfiança até mesmo do rei, conforme relatado em seu diário pessoal. Para piorar, uma série de panfletos confeccionados por opositores circulou a França disseminando tal boato.
Mesmo com o burburinho em torno de sua paternidade, Luís Carlos foi bem acolhido pela residência, se tornando o queridinho da mamãe; esbanjando animação e saúde, o pequeno destoava do irmão Luis José, que enfrentava problemas graves de saúde desde o nascimento. Com sua própria equipe de criados, governantas e enfermeiros, o caçula não estava sendo educado para se tornar rei, vivendo um início de infância tranquila.
Últimos momentos de paz
Com temperamento dócil e receptivo, tinha como hobby a jardinagem, cultivando flores no jardim do Palácio de Versalhes, e foi pego de surpresa com a morte do irmão mais velho, devido a complicações causadas pelo Mal de Pott, em 1789. Desse evento em diante, a preparação de Luís Carlos para a coroa teve de ser acelerada. Para piorar, os eventos da Revolução Francesa iniciaram com força, fazendo a sede do governo ser transferida para o Palácio de Tulherias.
Por lá ficou até 1792, quando em agosto, o rei e sua família tentou fugir para Montmédy, sendo capturados e aprisionados na Prisão do Templo. O ato, conhecido como a Fuga de Varennes, é o marco da abolição de uma monarquia que durava mais de mil anos contínuos, mas um sofrimento para a Família Real Francesa. Para o desespero do garoto, o pai foi guilhotinado no início do ano seguinte, deixando a família ainda mais instável.
Enquanto o jovem erava detido, os membros do governo monarquista proclamavam o garoto, aos 7 anos de idade, como rei da França, renomeado como Luís XVII. Com apoio de Catarina II da Rússia, a Convenção chegou a conseguir a separação do garoto de sua família em 3 de julho de 1793, o que irritou Maria Antonieta.
A educação fatal
Sua educação ficou a cargo de Antoine Simon, um sapateiro contratado pela Convenção para lecionar como o garoto deveria depor contra a própria mãe em seu julgamento. Ele conseguiu convencer Luís; em 6 de outubro, assinou uma declaração concordando com as acusações de que sua mãe teria iniciado sua vida sexual, induzindo o incesto e a masturbação, sendo guilhotinada no mesmo mês.
Preso na Torre do Templo, os carcereiros chegavam a dizer que os país não estavam mortos, mas fugiram dele por não os amavam.
Após a conclusão dos serviços, Simon abandonou Luís em uma cela, onde ficou seis meses com o mínimo de contato humano em péssimas condições higiênicas. Acabou falecendo em 8 de junho de 1795, aos 10 anos de idade, com a possibilidade de ter sido vitimado por escrófula ou tuberculose. O corpo, que sofria de desnutrição total com uma magreza notável, foi enterrado em um cemitério de Paris, sem nenhuma identificação de que tratava-se de um antigo rei.
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