Aborto aos 14 anos, abusos e traições: o traumático casamento entre Victoria Eugenia e Pablo Escobar

Victoria Eugenia Henao foi casada com o traficante colombiano Pablo Escobar durante 17 anos, vivendo com o criminoso desde sua ascensão no Cartel de Medellín até sua morte, em 1993. Em sua autobiografia, Sra. Escobar: Minha vida com Pablo, a mulher conta os bastidores de seu relacionamento que começou como um conto de fadas e acabou se tornando um pesadelo. 

O casal se conheceu quando ela tinha apenas 12 anos, mas só começaram a se relacionar  dois anos depois. Na época, eles tiveram a primeira relação sexual, onde Victoria afirma que não estava preparada para o ato. “Eu não estava pronta. Eu ainda não sentia desejo sexual. Eu não tinha as ferramentas para entender o que esse contato intenso e íntimo significava”, disse ela conforme repercutido pelo The Times em 2019.

Três semanas depois, a garota começou a sentir estranha, levantando a suspeita em seu namorado de que poderia estar grávida. Foi então que Pablo a levou até uma casa no subúrbio de Medellín, onde uma mulher a deitou em uma cama e inseriu diversos tubos em seu útero até que a mesma começasse a sangrar. Atualmente, Victoria reconhece que cometeu um aborto. 

Abusos

Mesmo com os abusos, continuou apaixonada e decidiu ir contra a opinião de sua família para poder ficar com o “amor de sua vida”. Assim, no dia 29 de março de 1976, secretamente em uma igreja católica em Palmira. A cerimônia teve a participação apenas da avó e da nova esposa de Pablo. 

Com o casamento, a senhora Escobar engravidou novamente e passou a conciliar os estudos com os cuidados da casa. Certo dia, enquanto fazia uma prova de inglês, começou a sentir fortes desconfortos na barriga e sua bolsa estourou minutos depois que saiu da prova. Henao andou por dois quarteirões até o hospital, dando à luz meia hora depois a Juan Pablo. O casal ainda teve outra filha, após sete anos, chamada Manuela.

Apesar de parecerem uma família feliz, o traficante passava longos períodos longe de casa, alegando que se tratavam de “negócios”. Todavia, Victoria tinha consciência de que ele iria se encontrar com uma série de amantes.

"As fofocas sobre os assuntos dele eram constantes e, devo admitir, profundamente dolorosas para mim. Lembro que costumava chorar a noite toda, esperando o amanhecer chegar. Decidi não segui-lo, rastrear seus telefonemas ou checar suas camisas com batom. Quem procura deve encontrar - e eu preferi não encontrar nada", comentou.

Após a divulgação dos crimes de Escobar, toda a família foi obrigada a se esconder em uma residência próxima a Medellín, no ano de 1993. “Enquanto estávamos lá, acordei constantemente a noite toda, tomada pelo medo e pela terrível convicção de abrir meus olhos para ver um cano de rifle a alguns centímetros do meu rosto”, afirma a antiga  esposa do traficante, conforme repercutido pelo The Times em 2019.

Eles foram obrigados a permanecer nessa situação por semanas, até que o criminoso disse que mandaria a mulher e as crianças para uma casa sob proteção do governo, porém, não os acompanharia. 

“Chorei e chorei. Eu me casei aos 15 anos na Igreja Católica, pensando que era para toda a vida. Eu estava profundamente apaixonada por Pablo. Estava extremamente magoada por eu ter que deixar o pai dos meus filhos para salvá-los. Essa foi a coisa mais difícil que já tive que fazer, deixando o amor da minha vida quando o mundo estava caindo sobre ele”. 

Depois de 75 dias da mudança, Pablo Escobar foi morto pela Polícia Nacional da Colômbia durante um tiroteio, sendo derrubado com um tiro no ouvido. A mulher conseguiu fugir para a Argentina e mudou seu nome para Marroquin. No ano de 1999, acabou sendo presa junto com seu filho mais velho, que também mudou seu nome para Sebastian Marroquin, acusados por lavagem de dinheiro. Hoje, a família tenta se livrar dos fantasmas do passado. 

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