O Kanouya tinha 21 anos quando um tsunami destruiu sua vila, no Japão, e por pouco não tirou sua vida
Ingredi Brunato Publicado em 22/10/2020, às 18h02
No ano de 2011, Ryo Kanouya estava em seu trabalho quando um terremoto forte atingiu a área onde estava, na província de Fukushima, Japão. Ele não se feriu, contudo, não demorou muito tempo para descobrir que aquele não seria o único fenômeno natural que teria que enfrentar naquele dia.
Havia algo muito pior se aproximando. O jovem de 21 anos e seus colegas de escritório receberam o temível alerta de tsunami. A empresa de Ryo decidiu então dispensar os funcionários que viviam em regiões costeiras, para que eles ajudassem na evacuação dos familiares.
Kanouya morava então em Namie, uma vila próxima à praia, contudo, mesmo se apressando para chegar rapidamente em casa, ele apenas conseguiu alcançar o local após o horário para qual o tsunami estava previsto.
Erro terrível
Felizmente, Namie ainda não havia sido atingido pela onda gigante. Todavia, esse “atraso” do tsunami levou o pai do jovem a presumir, erroneamente, que eles tinham sido poupados pela fúria do oceano.
Assim, mesmo tendo duas idosas em casa, eles não fizeram a evacuação. Já a mãe e a irmã de Ryo estavam no trabalho, nesse caso estando mais protegidas por estarem longe da zona de perigo.
“De repente, a eletricidade foi cortada e no momento seguinte meu pai gritou: 'Suba agora mesmo!’ Ajudei minhas avós a subirem as escadas; eles tinham costas e pés fracos. Olhei para o oceano por uma janela e vi algo parecido com fumaça rolando sobre as árvores plantadas ao longo da costa para impedir que a areia saísse da praia. Eu me perguntei se era fogo. Mas foi o spray da onda do tsunami”, contou o rapaz para a National Geographic em 2016.
Kanouya ainda gritou, por instinto, que eles precisavam fugir, todavia, foi atingido pela terrível percepção que era tarde demais. Ele e sua família estavam bem no caminho de destruição de uma onda gigante, e não tinham como escapar.
Fúria dos mares
O jovem, o pai e as avós observaram com ansiedade e alívio enquanto a casa resistia ao impacto da onda, sem que quaisquer danos fossem causados na construção.
Porém, à medida que a onda gigante terminava de vir, as ruas lá fora foram se enchendo com a água do oceano, e de repente as paredes da residência pararam de parecer protetoras, e se converteram na jaula dentro do qual eles poderiam acabar se afogando.
“Havia [apenas] um espaço de um centímetro onde a água batia contra o teto. Rezei para que o nível dela não aumentasse, mas então, de forma desamparada, o espaço foi preenchido. Eu lutei, não conseguindo respirar. Bebi grande parte da água do mar contra minha vontade. Eu pensei que tinha morrido”, relatou Ryo.
O fim da história da vida do jovem japonês poderia ter sido esse, no entanto, o que aconteceu em seguida deu mais uma chance de sobreviver ao desastre. Um buraco abriu-se na casa de Kanouya, e ele foi puxado pra fora violentamente, “como água por um ralo”, nas palavras dele.
Como ele se salvou
Os membros da família caíram em meio ao entulho sendo levados pela correnteza, que contava com carros, pedaços de casas, móveis, e também outras pessoas. Era a ressaca da onda, e tudo voltava para dentro do mar com incrível velocidade. O que de fato salvou Ryo foi subir em um móvel flutuante, e depois conseguir se agarrar em uma árvore, literalmente se segurando pela sua vida.
Eventualmente, o nível da água baixou, e o rapaz foi capaz de largar o tronco da planta, completamente exaurido por resistir tanto tempo contra a corrente. Ele também se deparou muitas pessoas que, sem a mesma sorte que a sua, apenas foram levadas mar adentro, moradores de sua vila que até hoje ele não faz ideia se sobreviveram ou não.
Quando Kanouya andou de volta para o que costumava ser rua, encontrou apenas ruínas. Pior ter sua casa levada pelo oceano foi presenciar cadáveres no chão. O jovem encontrou apenas um único senhor, com quem correu até um carro de bombeiros, para fugir das ondas menores que se seguem ao tsunami.
Mais tarde, no campo de evacuação, Ryo foi capaz de reencontrar sua mãe e irmã, que estavam no trabalho enquanto tudo acontecia, e também seu pai, que conseguiu sobreviver ao desastre. Suas duas avós, entretanto, nunca mais foram vistas pela família, provavelmente tendo perdido suas vidas para a força do mar.
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