Representada pela icônica Beatriz Segall, a personagem protagonizou um dos maiores mistérios da dramaturgia brasileira
Pamela Malva Publicado em 16/09/2020, às 16h15 - Atualizado às 16h15
Poucos momentos da televisão brasileira ficaram tão marcados no imaginário do país quanto a morte de Odete Roitman na novela Vale Tudo. Interpretada pela atriz Beatriz Segall, a personagem e seu fim ultrapassaram gerações.
Com um elenco formado por grandes atores da Rede Globo, a trama fazia tanto sucesso que, durante os dias em que o mistério ficou no ar, a pergunta mais recorrente nas conversas de todo o Brasil era a clássica “quem matou Odete Roitman?”.
Para a comemoração dos 70 anos da televisão nacional, então, não poderia faltar a icônica cena do crime, que gerou um dos maiores suspenses da dramaturgia brasileira. Odete, afinal, não morreu para um liquidificador, mas teve um fim emblemático.
Roteiro prolongado
Para quem não conhece a narrativa da grande novela, pode parecer irônico falar que a morte de Odete Roitman, na verdade, não foi planejada. Pelo contrário: a sua inserção na trama fez com que outras partes da produção fossem completamente alteradas.
O lado positivo é que, com o novo tom misterioso que a morte da personagem trouxe ao enredo, a novela foi prolongada por algumas semanas além do previsto. Assim, todo um novo roteiro foi definido, modificando a sinopse original da trama.
A data de exibição do episódio em que Odete morreu também não foi nada singela. Enquanto, em suas casas, as pessoas se preparavam para as devidas comemorações de Natal, na tela, a personagem era atingida por três impiedosos tiros à queima-roupa.
Apostas e concursos
Foram um total de treze episódios de completo suspense até que a assassina de Odete finalmente fosse revelada. Nesse meio tempo, as apostas sobre os principais suspeitos tomavam proporções enormes no país — até mesmo rifas e sorteios foram realizados.
Na época, inclusive, os autores escreveram cinco finais diferentes para a novela, a fim de dificultar o trabalho daqueles que tentavam adivinhar o desfecho. A cena da revelação da criminosa, por sua vez, foi filmada apenas no dia de sua exibição.
Diversas campanhas de publicidade foram criadas sobre a trama, sendo que a Nestlé, por exemplo, criou um concurso de adivinhação. Na época, a marca recebeu mais de 3 milhões de cartas de pessoas que tentavam descobrir o desfecho da trama.
Mistério revelado
No dia 06 de janeiro de 1989, então, o horário nobre da Globo parou o Brasil. Naquela noite, grande parte das televisões estavam sintonizadas na emissora e os brasileiros faziam questão de assistir a cada segundo do último episódio da trama.
Quando a verdade foi finalmente revelada, os telespectadores mal podiam acreditar. Odete Roitman, afinal, havia sido assassinada por engano! Acontece que Leila, a personagem de Cássia Kiss, imaginou que estava atirando na amante de seu marido, Fátima, que era interpretada por Glória Pires.
Com raiva e cansada das traições, a mulher sequer conferiu para quem estava apontando a arma quando puxou o gatilho. O problema é que, por trás da porta de vidro, acompanhada por Marco Aurélio (Reginaldo Faria), estava Odete.
Drama e legado
Mas esse era apenas um dos cinco finais — o que acabou sendo de fato gravado pela produção. Nos outros, os criminosos variavam eram César (Carlos Alberto Riccelli), Queiroz (Paulo Porto), Olavo (Paulo Reis) e Bruno (Danton Mello).
Não demorou muito para que, após o sucesso da novela, Odete se tornassem um exemplo de vilã. Beatriz Segall, por sua vez, tornou-se referência no meio artístico — apesar do medo de ser reconhecida apenas por essa única personagem.
Morta de propósito, ou não; por ciúmes, ou por alguma outra questão conjugal, Odete Roitman continua sendo um dos maiores ícones da dramaturgia brasileira. Ao lado de diversos outros momentos emblemáticos que marcaram a telinha, ela representa a mais clássica televisão brasileira em seus 70 gloriosos anos.
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