Em entrevista exclusiva ao Aventuras na História, a intérprete de Juma Marruá contou as expectativas para o remake e perrengues da personagem
Wallacy Ferrari e Thiago Lincolins Publicado em 27/03/2022, às 00h00 - Atualizado em 28/03/2022, às 16h37
Em 1990, o Brasil se rendia as graças da personagem Juma Marruá, protagonista de ‘Pantanal’, sucesso da extinta Rede Manchete; interpretada por Cristiana Oliveira, seu jeito selvagem em longos cabelos foi eternizada como uma das figuras mais marcantes da história da TV brasileira, quando a atriz estava em seu segundo papel na televisão.
32 anos depois, Oliveira falou sobre algumas memórias especiais sobre a produção original e aproveitou para opinar sobre o esperado remake da TV Globo, previsto para estrear na próxima segunda-feira, 28, em conversa exclusiva com o portal Aventuras na História.
Relembrando o convite de Benedito Ruy Barbosa, Cristiana se recordou que a memorável personagem “veio naturalmente”, mas que no momento atual de sua vida, se vê com distância da personagem, sentindo que o surgimento das características marcantes da protagonista é como fases sentidas em cada um dos trabalhos.
Eu acho que tinha muito da Cristiana na Juma. Não sei explicar exatamente o que tinha da Cristiana na Juma, mas tinha. Era uma personagem na qual me senti muito confortável fazendo, mesmo na minha inexperiência, na minha falta de experiência. Mas eu vivi a Juma. É como se ela realmente existisse, como se não fosse ficção e eu estivesse contado a história de uma mulher e ela fosse parte daquilo. E ela era parte daquilo”.
Apesar do amor pela notável figura, nem tudo são flores na história de Juma; além do episódio onde quase foi fisgada por um jacaré durante as filmagenns, como reportamos anteriormente, algumas das principais cenas da protagonista tiveram de ser rodadas sobre um cavalo, animal que Cristiana morria de medo.
De acordo com a atriz, o realismo transmitido pela figura de Juma fazia com que as pessoas acreditassem que ela realmente estava cavalgando, quando sequer conseguia trotar — e acrescenta que, mesmo após ter aprendido para interpretar Selena, em Corpo Dourado, dispensaria um novo convite aos 58 anos.
"Aquela coisa do quadril que ensinam em hípica, eu não sei trotar. Então tinha que ser outro tipo de cavalo. Um dos diretores falava: ‘corre com o cavalo’. E eu respondia: ‘não, não estou afim de correr não’. E ele disse: ‘mas precisa correr’. Então eu falei: ‘ta bom’. Bati o pé com todo carinho do mundo e ele deu uma corrida. Então eles aproveitaram e cortaram a cena. Eu nunca gostei", acrescentou.
A nova versão de ‘Pantanal’ anima Cristiana. E não apenas a atriz, mas seu lado Juma também; ela já havia rasgado elogios para Alanis Guillen, jovem selecionada para o remake, conforme informado anteriormente pela equipe do site do Aventuras na História.
Além disso, na última sexta, 25, o ‘encontro das Jumas’ foi exibido no jornalístico Globo Repórter, com ambas se abraçando dentro dos Estúdios Globo, onde os barracos pantaneiros foram reproduzidos pela cenografia.
Perguntada sobre conselhos que teria dado a mais nova Juma, ela afirmou que "não tem domínio" sobre a personagem, mas chegou a mandar uma mensagem privada, através do Instagram, para Alanis, antes mesmo de ser confirmada no papel.
Mandei uma mensagem: ‘Olha Alanis, que ninguém me escute, tem várias ótimas várias atrizes concorrendo ao papel, mas a minha torcida é por você. Eu sinto alguma coisa em você que eu não sei explicar’. Meu coração sentiu aquilo e quando eu a conheci, comprovei. Ela vai fazer uma Juma lindamente, ela é a própria Juma, não vai ter dificuldade”, esclareceu.
Entretanto, a nova versão não acompanhou um convite para Cristiana revisitar a personagem. Ela afirmou que não foi chamada para a novela, mas participou de ações internas com o elenco e direção, além de revelar as três personagem que gostaria de fazer caso fosse convidada: "Bruaca, Filó e a Maria Marruá".
Mesmo fora da trama, Cristiana não pretende deixar o Pantanal de lado. Não especificamente a novela, mas o bioma que a popularizou para todo o Brasil. Por lá, é embaixadora de diversas ONGs, incluindo a SOS Pantanal, além de estar gravando em breve o longa 'Ecoloucos - Uma Aventura Insustentável', da Cibele Amaral, que trata a questão ambiental com bom-humor.
Já fui ao Pantanal várias vezes, até quando as pessoas não souberam. Então eu tenho uma ligação com o bioma muito forte. A novela vai passar e eu vou continuar ligada no Pantanal. Não é uma coisa que eu tenho ligação só pela novela. Começou lá atrás, há 32 anos, mas vai perdurar para sempre”, explicou.
Sobre o remake, ela tem uma expectativa expecial: além dos avanços tecnológicos e artísticos que poderão melhorar a produção, uma nova homenagem ao bioma brasileiro pode retomar sua projeção e preocupação no imaginário popular brasileiro, confessando que se arrepiou ao ver a primeira chamada durante os intervalos comerciais da emissora.
“Quando eu ouvi a chamada da Globo com a música da primeira versão. Pelo amor de Deus, eu falei ‘Meu deus do céu, meu coração não vai aguentar’. Porque eu vi tudo aquilo, eu senti tudo aquilo. Foi muito louco. É uma coisa que não dá para expressar em palavras, só em sentimentos”, concluiu.
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