"Meus pais morreram procurando por ela e eu não pude — e nunca vou — desistir”, disse sua irmã, Margaret LeManna, que ainda mantem esperanças em encontrá-la apesar de todos esse anos
Fabio Previdelli Publicado em 27/10/2020, às 13h38
O início de 2020 marcou o 26º aniversário desde que Renee LaManna desapareceu pela primeira vez. Nessas mais de duas décadas, muitos disseram ter encontrado a mulher, mas, ainda assim, ela continua desaparecida, sem perspectiva de um reencontro.
Apesar do tempo, sua irmã mais velha, Margaret LeManna, tem seguido todas as trilhas de seu possível paradeiro, e se recusa a desistir apesar de todos esses caminhos parecerem apontar para uma rua sem saída. “Acho que é um dos piores casos de desaparecimento da história”, comentou em entrevista à NBC no de 2016. “Realmente, acho que Renee deveria ter sido encontrada há muito tempo”.
As buscas começaram em Ocean City, New Jersey, em 8 de janeiro de 1994. Na ocasião, Renee saiu de casa após brigar com seu namorado, com quem estava junto há 10 anos. O fim do relacionamento teria provocado uma crise nervosa na mulher.
Desde então, uma intensa busca por sua localização já varreu mais de meia dúzia de estados, com diversos avistamentos por algum deles. “Estou indo [nas buscas] desde o primeiro dia. Meus pais morreram procurando por ela e eu não pude — e nunca vou — desistir”, explicou a irmã.
Motivos para o desaparecimento e traços comportamentais
“Renee sofre de um distúrbio dissociativo causado por um trauma psicológico. Ela não se lembra quem é, há quanto tempo se foi ou para onde realmente está indo. Mas está nos procurando”, comenta Margaret sobre o que teria levado ao desaparecimento da irmã.
A mulher possui três formações em sua ficha acadêmica, incluindo um Mestrado em História. Ela também fala cinco idiomas, viajou junto ao Corpo da Paz e ajudou dezenas de imigrantes a se estabelecerem nos Estados Unidos. Porém, para sua irmã, nada disso importa, já que Renee não consegue compreender sua realidade atual.
"Aqui está alguém que é incrivelmente realizada, viajada e extremamente inteligente, mas vive nas ruas e come em latas de lixo", disse Margaret. "Minha irmã precisa desesperadamente de ajuda, e não consigo entender como isso aconteceu durante todos esses anos."
Após o fim de seu relacionamento, relembra a irmã, Renee saiu vagando sem rumo pelas ruas. Depois de um tempo, acabou sendo levada para o Jamaica Hospital Medical Center, mas teve alto logo depois. Margaret pegou sua irmã e a trouxe para sua casa, em Ocean City. “Ela chegou em estado catatônico. Mas, menos de uma hora depois de chegar, ela saiu correndo pela porta para a escuridão da praia”, lembra. "A polícia encontrou o manto dela, mas foi isso. Ela se foi."
Avistamentos de Renee
Conforme o tempo foi passando, muitos acreditavam que a esperança em encontrá-la se cessaria, no entanto, as coisas foram bem diferentes, já que muitas pessoas diziam ter avistado Renee ao longo dos anos. Cada avistamento foi documentado por Margaret, que se lembra dos detalhes de cada uma delas. “Ela está confusa, com base em todos os dados que coletamos”, conta.
Em 1995, alguém relatou ter visto Renee em uma plataforma de metrô em Manhattan. A situação, conforme relatada, teria sido bem curiosa, afinal, um homem informou que ela estaria olhando para um folheto informando seu desaparecimento, aparentemente, sem saber que a pessoa em questão seria ela própria.
Um dos últimos de seus avistamentos ocorreu em 2015, no Estado da Virgínia. Esse, inclusive, foi um dos mais promissores, com Margaret recebendo não só atualizações, como fotos de sua irmã. “Em fevereiro de 2015, recebi um telefonema de uma mulher dizendo: 'Eu vi sua irmã', e meu coração parou”, lembra. "Era a voz de Ruth Collins, que acabou passando quatro dias com minha irmã."
Collins explicou a Margaret que a viu sentada em um banco do parque conversando com dois policiais. Ela ofereceu uma carona e, ao longo do caminho, Renee disse que estava procurando por sua família. “Ela disse que não conseguia entender por que sua família não conseguia encontrá-la”, diz. "Renee também disse a ela que andava de carona de parada em parada de caminhões pela Costa Leste."
Ruth lembra que comprou roupas para a mulher desconhecida e até a ajudou encontrar um lugar para ficar. Mas, logo, Renee se foi novamente. A informação foi arquivada pela polícia local e, assim, a própria Collins começou uma busca para tentar encontrar a família da mulher misteriosa.
Quatro meses depois, um banco de dados revelou a foto e a história de Renee e ela ligou para Margaret. As fotos que Ruth tirou fizeram parte de uma grande campanha de mídia social para localizá-la.
Margaret e seu marido voaram quase 2.000 quilômetros de sua casa na Flórida para Greensboro, Carolina do Norte, em novembro daquele ano para dar entrevistas a agências de notícias locais e procurar Renee a pé.
Vários avistamentos foram relatados tanto naquele mês quanto em dezembro, em várias áreas do Estado, mas Margaret teve que voltar para casa sem sua irmã. Duas mulheres relataram ter visto Renee, em 14 de dezembro, em um shopping em Reidsville, Carolina do Norte, usando as mesmas roupas que Ruth Collins a fotografou no ano anterior. No entanto, ela não foi localizada.
Um grupo de pesquisadores continua a postar panfletos na área. Já Margaret, por sua vez, também promete não desistir. "Tudo o que eu tiver que fazer para encontrá-la, eu farei". A irmã, inclusive, contratou um detetive particular para localizá-la e também abriu um canal nas redes sociais com campanhas.
Uma linha telefônica também foi disponibilizada para receber informações sobre Renee, assim como caminhões foram pagos para que circulassem pelas ruas sua foto e frase "Por favor, Me encontre”.
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