Prisioneiros nos campos da morte nazistas - Getty Images
Segunda Guerra Mundial

"Você aceitou a desumanização das vítimas” diz Promotoria à ex-guarda nazista

Aos 101 anos, Josef Schütz, é o homem mais velho a ser indiciado por crimes relacionados ao Holocausto

Fabio Previdelli Publicado em 19/05/2022, às 10h31

Acusado de cumplicidade no assassinato de 3.518 pessoas que foram enviadas até o campo de concentração de Sachsenhausen, no subúrbio de Oranienburg, próximo a Berlim, entre 1942 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, um ex-guarda nazista enfrenta julgamento na Alamanha. 

Aos 101 anos, o alemão Josef Schütz, que é o homem mais velho a ser indiciado por crimes relacionados ao Holocausto, viu na última terça-feira, 17,o Ministério Público da Alemanha solicitar que ele receba uma pena de cinco anos de prisão

Entretanto, Schütz, que tinha apenas 21 anos quando se juntou à SS — uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazista —, alega ser inocente. Durante seu interrogatório, ele declarou que não fez “absolutamente nada” quando esteve no campo de concentração, além de negar estar ciente dos crimes que aconteceram no local. 

Os promotores, no entanto, afirmam que Josef  “conscientemente e voluntariamente” teve participação em assassinatos enquanto ocupou sua função de guarda. Segundo uma fonte informou à AFP, a promotoria acredita que "as provas apresentadas pela acusação foram totalmente confirmadas".

Você aceitou a desumanização das vítimas e aguentou isso. Não acredito nessa história de 'não sabíamos de nada'", rebateu o promotor Cyrill Klemente na tarde de ontem, 18. 

As acusações

Josef Schütz é acusado de ter participação na “execução por fuzilamento de prisioneiros de guerra soviéticos em 1942", além de agir durante a implantação do "gás venenoso Zyklon B", usado para asfixiar prisioneiros do campo. 

Embora seu julgamento tenha sido iniciado em outubro de 2021, as audiências sofreram atrasos devido aos problemas de saúde por parte do acusado. Mesmo assim, um veredito está previsto para ser estabelecido até o início do mês que vem. Entretanto, caso condenado, é improvável que o réu seja preso, por conta de sua idade avançada.

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