Cientistas da Inglaterra usaram varreduras 3D para reconstituir o que estaria por baixo do gesso na época do enterro
Redação Publicado em 06/06/2023, às 16h55
Recentemente, pesquisadores da Universidade de York empregaram tecnologias de varredura 3D para estudar um enterro de 2 mil anos atrás no qual o túmulo foi preenchido por gesso.
Os significados por trás desse peculiar ritual funerário do período romano ainda não são bem compreendidos pelos arqueólogos, porém, com a ajuda das ferramentas que possuímos hoje, é possível estudar a prática mais a fundo.
Através da digitalização do invólucro de gesso, a equipe revelou detalhes que antes não eram visíveis, conforme informou a BBC. Isso, pois, quando o minério secou, se tornou um molde dos indivíduos que cobria. Assim, mesmo depois de outros materiais da tumba terem se desfeito devido à ação do tempo, podemos entender o conteúdo do túmulo analisando o mineral endurecido.
A olho nu, já era possível identificar que se tratavam de três pessoas enterradas juntas — mas, com a ajuda da versão computadorizada do artefato, foi possível entender que era uma família (homem, mulher e criança), por exemplo, e ainda visualizar características das mortalhas funerárias que os cobriam.
Os contornos dos três indivíduos no gesso podem ser vistos a olho nu, mas é difícil distinguir a relação dos corpos entre si e reconhecer como eles estavam vestidos ou embrulhados. O modelo 3D resultante esclarece essas ambiguidades de maneira impressionante", explicou Maureen Carroll, especialista em arqueologia romana que esteve envolvida na pesquisa.
A pesquisadora ainda descreveu a história contada pela tumba como uma "comovente tragédia familiar".
Ainda segundo a BBC, o estudo será abordado em mais detalhes durante o Festival de Ideias de York, quando a equipe responsável apresentará suas descobertas de forma oficial para a comunidade científica.
Um de seus objetivos com a divulgação do projeto, aliás, é conseguir financiamento para que mais enterros cobertos de gesso sejam escaneados. Apenas na região de York, por exemplo, teriam sido descobertos cerca de 45 deles.
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