Bolsonaro liga para familiares de cabo morto em operação no Complexo do Alemão - Getty Images
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Sem citar demais mortes, Bolsonaro liga para família de cabo morto no Complexo do Alemão

O presidente Jair Bolsonaro comparaou ação julgada pelo STF com "filme de cowboy"

Redação Publicado em 23/07/2022, às 08h58

Após confronto que deixou 16 mortos no Complexo do Alemão, o presidente Jair Bolsonaro, alegou ter ligado para familiares de Bruno Costa, cabo da Polícia Militar, morto no conflito. Ao ser questionado, o presidente sugeriu que os jornalistas se solidarizem com as demais mortes "se eu ligar pra todo mundo que morre todo dia, eu tô..." .

Mais uma operação policial resulta em dezenas de mortes. No Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro, 16 pessoas foram mortas durante confronto. Uma delas, Bruno Costa, 38, cabo da Polícia Militar. E outra, Letícia Marinho Salles, 50, mãe de três filhos.

Não vou entrar em detalhe aqui. Não, não, não. Se essa mãe é inocente…Se eu ligar para todo mundo que morre todo dia, eu tô… Esse fato deu repercussão, é um cabo para-quedista, é meu irmão e ponto final. Parabéns à Polícia Militar aí" , afirmou Bolsonaro, como aponta O GLOBO.

Sem comentar sobre as outras mortes que ocorreram na operação, Bolsonaro, lamentou a morte do cabo, também em sua live, na última quinta-feira, 21.

"Nossos sentimentos à família, lamentamos o ocorrido, e obviamente, né. Até hoje, o Rio de Janeiro tem área de exclusão, onde a Polícia Militar não pode agir, por decisão do Supremo Tribunal Federal e a bandidagem cresce nessa área. E a polícia militar fica com dificuldade de combater esses marginais."

Como aponta o jornal O GLOBO, ao ser questionado, o presidente da República, sugeriu que o jornalista que o entrevistava que se solidarizasse com as mortes.

"Você se solidarize com essas pessoas, tá ok?", disse durante visita a um posto de gasolina em Brasília.

"ADPF das favelas" e filme de cowboy

Para combater a alta taxa de letalidade resultante de operações policiais no Rio de Janeiro, o STF julgou a "ADPF das favelas", ação que prevê que políciais justifiquem a "excepcionalidade" para a realização de operações em comunidades durante a pandemia.

Segundo Bolsonaro, quanto mais protegida a área, mais armada fica a população, como "a gente via filme de cowboy no passado".

É algo parecido quando a gente via filme de cowboy no passado, quando alguém cometia um crime nos Estados Unidos e ele fugia. Quando chegava no México, a patrulha americana não podia entrar naquele estado, e ele tava em paz no México. A mesma coisa acontece no Rio de Janeiro. Nessas áreas protegidas no STF, quanto mais protegido, melhores armados vão ficando e quando entram em ação o lado de cá, lado da lei, por muitas vezes sofre baixas como aqui do prezado paraquedista cabo de Paula. Nosso sentimentos aos familiares, que deus conforte e acolha o de Paula na sua infinita bondade", disse.

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