Os restos mortais foram encontrados em 1988, mas só agora os pesquisadores descobriram um fator importante que pode reescrever os mitos da história
Fabio Previdelli Publicado em 16/06/2020, às 13h00
Em 1988, Marina Kilunovskaya e Vladimir Semyonov encontraram o túmulo do jovem guerreiro parcialmente mumificado na região de Saryg-Bulun, onde hoje fica a República de Tuva, na Sibéria, durante uma escavação de emergência.
Os arqueólogos acharam os restos do guerreiro pré-púbere tão bem preservados que foi possível identificar uma 'verruga' em seu rosto. Além do mais, o corpo apresentava uma costura áspera na pele na área do abdômen, implicando uma tentativa de mumificação artificial. Mas não foram encontrados vestígios de trepanação, o que era comum entre esses enterros.
A múmia teve uma idade estimada entre 12 e 13 anos, e isso era tudo o que se sabia até então. Porém, com o avanço de novas tecnologias, o corpo foi reexaminado e um ponto crucial da pesquisa foi corrigido: os restos mortais pertenceram a uma garota.
"Recentemente, tivemos a chance de realizar testes para determinar o sexo, idade e afiliação genética do guerreiro enterrado", disse Kilunovskaya. "Assim, concordamos com prazer ao dizer que obtivemos um resultado tão impressionante”.
"O enterro da criança com armas introduz um novo toque na estrutura social da sociedade nômade primitiva", explica. “Essa discrepância nas normas do ritual funerário recebeu uma explicação inesperada: primeiro, o jovem acabou sendo uma menina, e essa jovem ‘Amazona' ainda não tinha 14 anos”.
O corpo da criança foi enterrado junto com um conjunto de armas, que incluía um machado, um arco de um metro de bétula e uma aljava com dez flechas de 70 centímetros de comprimento — que eram feitas de madeira, uma com ponta de osso e as restantes eram de bronze.
Fora isso, não foi encontrado nenhum artefato feito de miçangas ou um espelhou ou qualquer outra coisa que indicasse que o túmulo era de uma menina. "Isso abre um novo aspecto no estudo da história da sociedade e, involuntariamente, nos devolve ao mito das Amazonas que sobreviveram graças a Heródoto”, celebra a pesquisadora.
Agora, sabe-se que a guerreira Amazona morreu entre o final do século 7 e início do século 6 a.C, há aproximadamente 2.600 anos. A profundidade de seu caixão — escavada em um único pedaço de madeira — estava pouco mais de meio metro abaixo do solo, orientada para o sudoeste.
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