No Irã, mulheres que descumprirem a lei para o uso do véu deveram ser localizadas por técnica de reconhecimento facial
Redação Publicado em 05/09/2022, às 16h20
Após incrementação de nova lei estrita sobre o uso do hijab — vestuário feminino — o governo iraniano planeja usar tecnologia de reconhecimento facial para identificar mulheres que estão descumprindo o decreto.
O novo decreto sobre a restrição do vestuário feminino foi assinado pelo presidente linha-dura do país, Ebrahim Raisi. A tecnologia de vigilância será posta em prática em locais públicos, como declarado pelo secretário da Sede do Irã para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, Mohammad Saleh Hashemi Golpayegani.
Como repercutido pelo The Guardian, o governo iraniano já vem introduzindo cartões de identidade biométricos — que incluem um chip que armazena dados como varreduras de íris, impressões digitais e imagens faciais — desde 2015.
Essa incrementação significa localizar àquelas que descumprirem a lei e as punir. Casos de punição pelo não uso do hijab, chocam. Uma jovem de 28 anos, Sepideh Rashno, foi presa depois de assediada por "estar vestida inadequadamente".
Um vídeo no qual ela estava em um transporte público, viralizou e a mulher foi espancada após sua prisão e ainda precisou se desculpar, na televisão, com o passageiro que a assediou.
O uso do hijab tornou-se obrigatório após a revolução do Irã em 1979. O novo decreto foi assinado em 15 de agosto. Um mês antes, ocorreu o “Dia do Hijab e da Castidade”,em 12 de julho, o qual provocou protestos por parte de mulheres que publicaram vídeos nas redes sociais, com a cabeça descoberta nas ruas e em ônibus e trens.
As autoridades responderam aos atos com detenções, prisões e confissões forçadas na televisão.
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