Promotor que recomendou revisão das sentenças de Lyle e Erik Menendez, assassinos dos pais, é alvo de intensas críticas
Thiago Lincolins Publicado em 30/10/2024, às 12h00
A recente decisão do promotor distrital de Los Angeles, George Gascón, de reavaliar o controverso caso dos irmãos Menendez tem gerado intensa controvérsia dentro de seu próprio gabinete, revela reportagem do New York Post.
De acordo com relatos de colegas, essa ação é vista como um movimento estratégico para aumentar sua visibilidade, à medida que Gascón enfrenta uma difícil campanha de reeleição em novembro.
Fontes internas revelaram ao veículo que "não há apoio para Gascón" dentro da promotoria. "Noventa por cento das pessoas no escritório acham que ele deveria ser chamado de volta. Tudo o que ele faz é visto como político ou motivado para promover sua agenda progressista".
Gascón, que foi promotor em San Francisco entre 2011 e 2019, passou por duas tentativas de destituição e hoje está atrás de seu rival Nathan Hochman por cerca de 30 pontos nas pesquisas.
John Lewin, promotor adjunto do condado de Los Angeles, expressou duras críticas ao promotor: "Ele não sabe nada sobre a lei. Ele não sabe nada sobre o escritório. Ele raramente aparece para trabalhar".
Aos 70 anos, Gascón atraiu grande atenção ao anunciar a revisão do caso dos irmãos Menendez, condenados à prisão perpétua pelo assassinato dos pais em 1989.
Críticos apontam que o anúncio coincidiu com o lançamento de série e documentário sobre os irmãos na Netflix, sugerindo que a decisão poderia ser oportunista.
“Outras pessoas diriam que as estrelas não se alinham realmente assim na vida real. Sim, a petição foi protocolada em fevereiro. Sim, houve o filme. Mas [ele] não tomou nenhuma atitude até depois do filme?”, comentou John McKinney, promotor adjunto do condado ao New York Post.
Em resposta, a promotoria afirmou que seu trabalho é conduzido independentemente dos ciclos eleitorais.
"O gabinete do promotor distrital do Condado de Los Angeles conduz seu trabalho de serviço público independentemente dos ciclos eleitorais. Nossos promotores estão comprometidos em trabalhar diligentemente e eficientemente para gerenciar os milhares de casos que recebemos anualmente", afirma comunicado.
Na semana passada, em uma coletiva de imprensa, Gascón propôs uma reavaliação das sentenças dos irmãos, que manteria as acusações de homicídio em primeiro grau, mas agora com possibilidade de liberdade condicional. Caso aceito por um juiz, isso permitiria aos irmãos solicitar liberdade condicional.
"Um contingente argumentou com força para que ele não fizesse nada", afirmou uma fonte. "O outro argumentou para que ele fizesse mais do que fez".
Fontes consultadas pelo New York Post alegam que o objetivo de Gascón pode ser aumentar sua notoriedade nacionalmente, algo já atingido com várias aparições na mídia nacional. McKinney sugere que, mesmo sem chances claras de vitória, o caso Menendez beneficia sua campanha devido à falta de fundos para publicidade tradicional.
Por outro lado, há temores de que essa estratégia possa alienar seus apoiadores mais fervorosos à esquerda. "Ouvi falar que pessoas da extrema-esquerda acreditam que isso é ultrajante", alegou a fonte do gabinete do promotor. "Tipo, como você colocaria essas crianças ricas na frente da fila [para nova sentença] quando outros provavelmente são mais merecedores e estão esperando há uma eternidade".
A gestão de Gascón tem sido marcada por conflitos internos e desconfiança entre seus subordinados. No caso Menendez, alguns veteranos ficaram surpresos com a pouca participação daqueles mais familiarizados com o processo original.
"Acho que as pessoas que conheciam cada detalhe do caso deveriam ter sido [consultadas desde o início]", afirmou uma fonte. "Gascón tomou sua decisão com base em seu interesse. [Funcionários mais informados] foram consultados bem no final. Mas era quase um fato consumado naquele ponto".
Para McKinney, a percepção geral é de que a movimentação foi politicamente motivada pela conveniência do momento.
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