Programas de true crime dos EUA ajudam a inocentar homem condenado há 22 anos

Jeff Titus, de 71 anos, foi liberto nesta semana após ter sua condenação anulada pelo Tribunal Distrital Federal dos Estados Unidos. O senhor passou os últimos 22 anos atrás das grades cumprindo uma sentença de duplo assassinato — desdobramentos recentes, todavia, concluíram que ele era inocente do crime. 

A revisão do caso do norte-americano foi estimulada por dois programas de true crime (isso é, dedicados à cobertura de crimes reais), a série "Killer in Question" e o podcast "Undisclosed", que, através de investigações independentes, descobriram irregularidades no processo responsável por colocar Titus na cadeia. 

Crime e investigação 

As vítimas eram dois caçadores mortos a tiros em 1990 nas proximidades de uma área onde Jeff e um amigo seu também estavam caçando. Já a prisão e julgamento do homem ocorreram em 2001 e 2002, respectivamente, quando uma nova equipe de detetives começou a investigar as mortes. 

Esses profissionais não foram avisados, porém, que uma testemunha presente na região naquele dia teria visto Thomas Dillon — homem que, àquele ponto, já era um serial killer condenado, sendo justamente conhecido por assassinar vítimas a tiros em locais ao ar livre, conforme informações repercutidas pela revista People. 

Outro ponto importante a ter sido negligenciado pelo processo que levou Titus a receber uma pena perpétua sem direito a liberdade condicional foi o fato que uma testemunha-chave para seu julgamento teria mudado seu depoimento em diversas ocasiões. 

Justiça tardia 

A libertação do estadunidense de 71 anos foi recebida com aplausos de seus advogados e dos civis que acompanharam o desenrolar do caso. Em entrevista à emissora WOOD TV, o idoso desabafou sobre a experiência de voltar a ser um homem livre: 

Foram 22 anos esperando por este dia, e isso nunca deveria ter acontecido em primeiro lugar. Estou em êxtase e muito feliz por finalmente sair, onde posso sair e fazer alguma coisa. Quero ver meus netos, não os vi, quero vê-los", contou.